Dezembro de 2024 foi o mês mais seco desde que há registos, com uma precipitação que correspondeu a apenas 12% do valor médio registado entre 1981 e 2010. Apesar disso, Braga foi a cidade onde mais choveu em todo o país, com 65,5 milímetros de chuva, embora esse valor fique “muito abaixo da média”. Em contraste, Portimão, no distrito de Faro, registou a precipitação mais baixa, com apenas 1,7 milímetros.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) relatou que, desde o início de outubro de 2024, a precipitação acumulada foi de 231,7 milímetros, o que representa 64% do valor normal para o período. A seca meteorológica agravou-se em várias regiões, com destaque para o sul do país, incluindo o litoral alentejano e barlavento algarvio, assim como áreas da região Centro, como Lisboa, Santarém e Setúbal.

No final de dezembro, 55% do território continental estava em seca meteorológica, com os efeitos mais severos no Algarve, onde já foram aplicadas restrições ao consumo de água. A região, no entanto, registou um aumento nas reservas de água nas albufeiras, acumulando 151 hectómetros cúbicos de água armazenada, o que representa 34% da capacidade total das suas principais barragens.

As bacias hidrográficas do Sado e Arade continuam a enfrentar níveis críticos de armazenamento, com algumas barragens a registarem menos de 20% da sua capacidade total. A APA alertou que a seca hidrológica permanece extrema no barlavento algarvio e severa no sotavento, destacando a necessidade urgente de mais precipitação para garantir o abastecimento de água a longo prazo.