Talvez alguns já o conhecessem pelo trabalho que faz em Portugal para divulgar o conceito do poliamor. Mas, depois da surpreendente participação que fez na passada segunda-feira no programa da RTP “Prós e Contras”, Daniel Cardoso é agora conhecido por (mesmo) muitos como o homem que acha que obrigar uma criança a beijar os avós é uma “violência”.
Chocante? Pode ser ver para crer no vídeo que lhe mostramos mais abaixo. Foi assim: “Quando a avozinha ou o avozinho vão lá a casa a criança é obrigada a dar o beijinho à avozinha ou ao avozinho, isto é educação e estamos a educar para a violência no corpo do outro”, disse o professor universitário, numa intervenção a partir da plateia do programa.
Fátima Campos Ferreira, que moderava o debate em torno do movimento #metoo, pareceu confusa: “Não estou a perceber (…) O beijinho da avó ou do avô é uma violência?”
E Daniel Cardoso desenvolve: “Sim. Estou a dizer que obrigar alguém a ter um gesto físico de intimidade com outra pessoa, com obrigação coerciva, é uma pequena pedagogia… E agora vem o Foucault, com as microfísicas do poder… É uma pequena pedagogia que depois cresce e depois vemos os estudos em que 49% dos jovens adolescentes acham aceitável que o namorado ou a namorada lhes controle os telemóveis”.
Desenvolve mais um pouco: “Isto faz com que eu tenha tido uma turma inteira de 40 ou 50 pessoas, estudantes universitários, que me afirmaram que os homens só violam porque não se conseguem controlar sexualmente”.
As críticas, no programa e na malha das redes sociais, eclodiram. E quer-se saber mais sobre este professor.
Tem 30 anos. Dá aulas na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia e na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde estudou Ciências Sociais e Humanas. Além disso, apresenta-se também como “investigador de média, género…”.
Sabe-se, revela a uma revista, que teria um portfólio publicado na Internet sobre o mundo do sadomasoquismo e que o mesmo terá sido desativado depois da polémica do “avozinhos”.