V. Guimarães vence no Bessa e segue para os “quartos” da Taça

O Vitória de Guimarães apurou-se quarta-feira para os oitavos de final da Taça de Portugal de futebol, ao vencer o Boavista no Estádio do Bessa, por 1-0, com um golo apontado por Dodõ e numa altura em que a equipa estava reduzida a dez jogadores.

Depois de uma primeira parte equilibrada, jogada em ritmo baixo e com escassos momentos de interesse, os vimaranenses, que foram para o intervalo já em inferioridade numérica, devido à expulsão de Matheus Oliveira, entraram bem no segundo tempo e marcaram logo aos 49 minutos, pelo lateral-direito Dodô.

As equipas respeitaram-se e correram poucos riscos até ao intervalo, com o Boavista a jogar pelo seguro e a apostar numa construção paciente a partir das suas linhas recuadas, com muita circulação bola, mas também reduzida objetividade.

Dodô logrou vencer a oposição ‘axadrezada’ aos 18 minutos e cruzou, tendo Alexandre Guedes, solto na área contrária, atirado para fora, naquela que foi a primeira situação de golo.

O Boavista teve a sua oportunidade de golo quando Rafael Lopes, aos 24, recebeu a bola e, em vez de tentar ‘alvejar’ a baliza, optou por servir um companheiro que o seguia, acabando assim a ocasião por se perder.

Dez minutos depois, Matheus Oliveira protestou muito contra uma falta que o árbitro lhe assinalou e, aparentemente devido a isso, viu o cartão vermelho, o que deixou a sua equipa com quase uma hora pela frente com menos um elemento.

Alexandre Guedes ainda teve mais uma situação interessante para tentar o golo antes das equipas recolheram aos balneários, golo esse que surgiu logo no arranque do segundo tempo num lance desenhado na esquerda e finalizado no lado contrário pelo lateral-direto Dodô, que tirou partido da total ausência de oposição.

O Boavista reagiu, Edu Machado arrancou um bom cruzamento aos 60 minutos, que Wakaso anulou com uma intervenção espetacular na sua área e, no minuto seguinte, David Simão serviu Fábio Espinho, mas este, isolado, falhou o empate de forma incrível.

Os ‘axadrezados’ tornaram-se cada vez mais ameaçadores, passaram a ter mais bola e mais iniciativa e o Guimarães sentiu crescentes dificuldades para conter o ímpeto ofensivo contrário.

Aos 76 minutos, Edu Machado rematou e Gonçalo Cardoso chegou atrasado, mas, depois disso, o Guimarães conseguiu libertar-se da pressão a que esteve sujeito.

À medida que o jogo caminhou para o fim, a ansiedade começou a tomar conta dos jogadores do Boavista e o Guimarães aproveitou e conseguiu gerir melhor o jogo, mas não se livrou de um grande susto quando André Claro, aos 88 minutos, apareceu isolado diante de Miguel Silva isolado e rematou para uma grande defesa de Miguel Silva.

Jogo no Estádio do Bessa, no Porto.

Boavista – Vitória de Guimarães, 0-1

Ao intervalo: 0-0.

Marcador:

0-1, Dodô, 49 minutos

Equipas:

– Boavista: Helton Leite, Edu Machado (Gabriel Nunes, 80), Neris, Cardoso, Talocha, Rafael Costa (Mateus, 57), Rochinha, Fábio Espinho, David Simão, Matheus Índio (André Claro, 69) e Rafael Lopes.

(Suplentes: Bracali, Raphael Silva, Mateus, André Claro, Idris, Gabriel Nunes e Carraça).

Treinador: Jorge Simão.

– Vitória de Guimarães: Miguel Silva, Dôdô, Osório, Pedro Henrique, Florent, André André (Pêpê Rodrigues, 46), Wakaso, Tozé (Tyler Boyd, 75), Matheus Oliveira, Davidson e Alexandre Guedes (Óscar Estupiñán, 90+1).

(Suplentes: Douglas, Pêpê Rodrigues, João Carlos Teixeira, Tyler Boyd, Óscar Estupiñán, Ola John e Frederico Venâncio).

Treinador: Luís Castro.

Árbitro: Fábio Veríssimo (Leiria).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Rafael Costa (38), Talocha (79) e David Simão (90+2). Cartão vermelho direto para Matheus Oliveira (34).

Assistência: 4.924 espetadores.

Luís Castro, treinador do Vitória de Guimarães, em declarações no Bessa após a vitória por 1-0 para a Taça de Portugal:

«O que fizemos quando ficámos sem uma unidade no meio foi juntar o André ao Wakaso e ficámos com uma linha de quatro. Tivemos um problema até ao meio-campo. Houve espaço entre essa linha e a defesa. Ao intervalo corrigimos isso. Preferimos dar profundidade ao Boavista e não espaço entre as linhas. Mas nunca deixámos de olhar a baliza do adversário e mantivemos ao longo do jogo a capacidade de ter a bola.»


Jorge Simão , treinador do Boavista em declarações no  Bessa após a derrota por 1-0 para a Taça de Portugal:

«Por experiência própria já aprendi que não tenho resposta para essa pergunta. Tenho de pensar, ponderar durante a noite, até porque já sei que vou dormir pouco. Vou estar com energia renovada amanhã para encontrar a resposta certa a essa boa questão.» 

[sobre a superioridade numérica]

«Fomos melhores mesmo 11 contra 11. Não só depois da expulsão. O vermelho fez com que o Vitória baixasse mais as linhas e procurasse um golo numa bola parada. Aliás, é assim que o Vitória marca.»

«Nem sempre com lucidez, também não era fácil, mas dou mérito aos meus jogadores. Tentaram sempre, criaram situações de golo, mesmo com uma aglomeração de jogadores exagerada na área do Vitória. O futebol é cruel por isto. Se o jogo fosse resolvido por um acumular de pontos tínhamos dado uma goleada. Mas não é assim.»

«Se fosse uma vitória limpa tínhamos de ficar resignados. Mas não foi. A realidade às vezes acaba por nos cuspir na cara.»

[sobre a fase positiva do Vitória]

«Segredo? Trabalhar e dar sequência ao que temos feito. Estamos há 11 jogos sem perder. E a massa adepta tem sido decisiva. Nunca vamos com 11 para dentro do campo. Vamos com mais. Ficámos muito satisfeitos. O nível de entusiasmo deles mostra-nos que estamos a fazer as coisas bem.»