Chicago deve chegar a históricos -29º C de temperatura mínima. Ventos gelados podem chegar aos -54 º C no Minesota. Vórtice polar é o culpado por uma vaga de frio que deve afetar 250 milhões de americanos.

“Vamos ouvir prédios e mobiliário urbano a estalar”. A descrição de um meteorologista que trabalhou durante 40 anos para uma televisão de Chicago ilustra na perfeição o que espera a costa leste e o centro-oeste dos Estados Unidos nos próximos dias, quando boa parte do país sentirá uma das maiores ondas de frio desde que há registos.

Chicago, a cidade mais populosa do Illinois, deve chegar a históricos -29º C de temperatura mínima, e -14º C de máxima, a máxima mais baixa da cidade desde que há registos. Em Mineápolis, no Minnesota, os termómetros vão descer ainda mais, até aos -34º C já nesta quarta-feira. E a sensação térmica pode ser ainda baixa, já que a previsão aponta para ventos gelados que podem chegar aos -54 º C.

Para se ter uma noção estatística deste fenómeno, cerca de 250 milhões de americanos, ou três quartos da população continental do país, serão atingidos pela vaga de frio. Segundo as contas da CNN, 90 milhões de pessoas terão de enfrentar temperaturas abaixo de zero e mais de vinte milhões vivem em zonas que vão registar temperaturas de -20º C.

O culpado desta ameaça gelada é o que os cientistas chamam de “vórtice polar”, uma massa gelada de ar que deveria estar por cima do Polo Norte e se centrou em latitudes mais baixas

Uma previsão que levou as autoridades locais a alertar que a vaga de frio pode ter consequências fatais. O governador do Wisconsin já declarou o estado de emergência e alertou a Guarda nacional para estar de sobreaviso para pedidos de socorro. Universidades e escolas devem permanecer encerradas nos próximos dias e a câmara de Chicago prepara-se para usar autocarros como centros de aquecimento e publicou dicas para descongelar canos.

O culpado desta ameaça gelada é o que os cientistas chamam de “vórtice polar”, uma massa gelada de ar que deveria estar por cima do Polo Norte e se centrou em latitudes mais baixas. “Isto deve rivalizar com as maiores vagas de frio, e nós tivemos umas quantas nos últimos anos”, sublinha Tom Skilling, que foi meteorologista-chefe na WGN-TV de Chicago, ao New York Times.

Um frio que chega para ficar. Em declarações à Associated Press, Judah Cohen, especialista do Centro de Pesquisa Ambiental e Atmosférica de Boston, informa que as temperaturas baixas se podem manter “até meados de fevereiro ou março”.