O líder da concelhia de Vila Verde do CDS-PP, Paulo Marques, tornou hoje público que questionou o organismo central do Grupo Crédito Agrícola sobre o processo de alegada corrupção onde o Ministério Público (MP) aponta favorecimento por parte da Caixa de Crédito Agrícola (CA) de Vila Verde em conceder garantias a pedido do poder autárquico. Paulo Marques questionou ainda aquele banco sobre o papel de Júlia Fernandes, à data presidente do Conselho Fiscal da CAVV, em toda a operação.
Em causa está uma garantia bancária emitida por parte da CA de Vila Verde à empresa Val D’Ensino, detentora da Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV), depois de, diz o MP, o presidente da Câmara de Vila Verde e o vice-presidente da mesma autarquia terem intercedido junto da administração do banco vila-verdense, a cargo de José Santos.
Através das redes sociais, Paulo Marques disponibilizou a acusação do Ministério Público para consulta, aponta como “grave” uma eventual “conivência” entre o balcão da CA de Vila Verde e o poder local, deixando quatro questões ao balcão responsável por fiscalizar as diferentes dependências do CA em todo o país.
Paulo Marques pergunta se “é habitual” a CA “permitir interferência política”, apontando o alegado pedido do presidente da Câmara para aprovação da “operação bancária”, referindo-se à acusação do MP, que indica que a administração da CA de Vila Verde chegou a reunir com António Vilela e João Luís Nogueira, administrador da Val D’Ensino, no edifício do município de Vila Verde, de forma a acautelar uma garantia de quase 500 mil euros, de forma a que a Val D’Ensino assegurasse a vitória no concurso de alienação de 51% da EPATV.
Nas restantes questões, o centrista pergunta à CCA se esta tem algum interesse “comercial ou outro” com o município de Vila Verde, para haver conivência “com o tipo de atuação referido no despacho de acusação” e se os “factos presentes nesta acusação não levantam questões éticas, comerciais e mesmo pessoais dos gestores, merecedores de clarificação pública”.
Paulo Marques relembra ainda que Júlia Fernandes, à data da operação bancária, era presidente do Conselho Fiscal da CA de Vila Verde, e deixa a questão: “Perante este facto, questiono-os qual o papel de fiscalização do Conselho Fiscal (…) na aprovação da garantia bancária que permitiu a realização do negócio referenciado na acusação do Ministério Público”.
À data apontada pela acusação do Ministério Público – maio de 2013 -, para a operação que envolveu CA de Vila Verde e Val D’Ensino, Júlia Fernandes era presidente daquele Conselho Fiscal.