As necessidades médias diárias de consumo em Portugal são de cerca de 2,9 mil toneladas de gasolina e 13,6 mil toneladas de gasóleo.
O nível de risco continua a verde, o que significa que está “tudo a funcionar normalmente no Sistema Petrolífero Nacional”, mas a menos de duas semanas da greve de motoristas de matérias perigosas, convocada para 12 de agosto, a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) decidiu recomendar “a todos os postos de abastecimento situados em território nacional, o reforço dos stocks de combustível, acautelando desta forma as existências”. Falta ainda, no entanto, o governo tomar uma decisão sobre os serviços mínimos em vigor durante a greve.
“Este comunicado é apenas uma recomendação, não configurando uma obrigação legal”, frisou a ENSE, “reconhecendo as dificuldades que esta recomendação possa significar para algumas empresas, e dado o aproximar da data de início da greve dos motoristas de matérias perigosas”. As necessidades médias diárias de consumo em Portugal são de cerca de 2,9 mil toneladas de gasolina e 13,6 mil toneladas de gasóleo.
Durante a última greve, em abril, a ENSE chegou a decretar primeiro o nível de risco amarelo, passando depois para o laranja (ou alto), o segundo mais elevado da escala, com a “existência de efeitos negativos no sector […] resultantes de uma situação anómala”. Nessa altura, o impacto ainda não era ainda crítico, mas poderia ter atingido essa situação sem “medidas de mitigação do problema”. “Deverá existir uma monitorização contínua da situação e serem preparadas medidas cautelares para eventual ativação de urgência”, dizia a ENSE durante a última greve, que durou quatro dias e deixou muitos postos de abastecimento do país com os depósitos e as mangueiras secas. A situação levou mesmo o governo a decretar o estado de crise energética.
Se desta vez a greve se prolongar por mais dias, o nível de risco poderá passar a vermelho (ou iminente), equivalente a uma “grande disrupção no sector petrolífero que leva à necessidade de utilização das reservas petrolíferas e à ativação do estado de emergência”. Neste nível de risco mais grave, toda a operação comercial de distribuição e venda de combustíveis passa a ser controlada pela ENSE e pelo governo, e não pelas empresas do setor.