Ponte começou a ser construída em Março e pode ser atravessada. Padre João Torres explica mensagem da nova obra no presépio mais conhecido do país.
Construir pontes e não muros. É a mensagem que o Presépio ao vivo de Priscos quer passar na edição deste ano.
O presépio com 800 figurantes abre ao público no próximo domingo, dia 15. E para passar a mensagem foi construída uma ponte romana com seis arcos É em simultânio uma mensagem de resposta aos muros anunciados por Trump, nos Estados Unidos da América.
O Padre João Torres, coordenador do Presépio de Priscos, conta que a ponte começou a ser construída em Março e “foi pensada e trabalhada com muito cuidado, não só em termos de segurança, mas também em termos de arquitectura”. Na opinião de João Torres, “Braga vai ganhar mais um local de visita” até porque “as pessoas podiam ir Priscos, se não fosse para mais nada”. Um local que pode ser atravessado a partir de domingo, data de abertura do presépio que conta com um espaço de utilização que ascende aos 30 mil metros quadrados.
Foi com base na actualidade política internacional e no traço de renovação e transformação anual do espaço que se decidiu pela construção da ponte, obra que durou nove meses. “Como temos verificado, nomeadamente a administração de Trump está muito preocupado em construir muros e ao edificarmos esta ponte, é um alerta para que o Mundo não faça muros, mas faça pontes”, defende. Na opinião do padre João Torres muitos conflitos internacioais podiam ser evitados “se os líderes mundiais estivessem mais preocupados em estabelecer pontes em vez de construir muros”.
O Presépio ao vivo de Priscos conta com a participação de perto de mil pessoas. Abre portas no próximo domingo, dia 15 de Dezembro e pode ser visitada até 12 de Janeiro.
Trabalho de colaboração com os reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga começou há cinco anos
Um espaço amplo, com várias construções e preparado para receber muita gente. Todos os anos, desde 2006, milhares de visitantes rumam a Priscos para conhecer aquele que é considerado “o maior presépio ao vivo da Europa”. Um trabalho que começou com a comunidade da paróquia, mas que já envolve cidadãos de outras freguesias do concelho de Braga e até de fora deste território. O presépio começa a ser preparado mal termina uma edição. Há muito trabalho a fazer ao longo do ano para que tudo fique pronto para a edição seguinte. O Padre João Torres é há vários anos voluntário no Estabelecimento Prisional de Braga, onde há cinco anos lançou o desafio para que alguns dos reclusos participassem nos trabalhos. “Estamos também muito preocupados em fazer Natal com pessoas que muitas vezes são olhadas de forma diferente. Acredito que quem comete um crime tem que pagar por ele, mas também alguém tem que pensar que esta pessoa volta à sociedade e em que condições, porque se não voltar diferente vai fazer as mesmas coisas”, justifica.
Neste trabalho classificado pelo pároco como “muito importante”, os reclusos realizam trabalhos de construção civil, jardinagem e limpeza. “Trabalham de forma honesta e séria” e “têm que cumprir horários”, acrescenta.