Uma das moções a discutir no congresso do Livre, a 20 de janeiro, pede que Joacine Katar Moreira abandone o Parlamento. Caso não o faça, o partido deveria retirar-lhe a confiança política, segundo consideram os subscritores do texto disponível no site do Livre.

“Hei-nos chegados a um ponto em que as causas defendidas pelo LIVRE parecem não conseguir sobrepor-se ao ruído constante provocado pelos faits divers mais estapafúrdios; em que o coletivo parece soçobrar numa desmedida exposição mediática do indivíduo; em que o partido se arrisca a ver a sua própria sobrevivência posta em causa. Assim sendo, no caso de a deputada não se dispuser a renunciar às suas funções, o LIVRE não tem outra alternativa a não ser retirar-lhe a confiança política“, pode ler-se no último parágrafo da moção “Recuperar o LIVRE, resgatar a política”, subscrita por Manuel Alfredo de Lima Oliveira, Augusto Manuel Oliveira Ramoa Rodrigues, Bruno Machado, Maria de Fátima Nogueira Lopes e João Carlos Gama Martins de Macedo.

No texto de duas página disponível no site do partido, faz-se uma análise muito crítica ao trabalho do partido desde o início da legislatura, salientando-se que “a eleição de uma deputada encheu todos os LIVREs de entusiasmo e esperança”, por ser possível dar a conhecer os “valores defendidos” pelo partido. Mas “não foi assim que as coisas se passaram”, consideram os signatários, que elencam várias críticas a Joacine.

“É verdade que o LIVRE começou a ser mais conhecido dos portugueses, mas não pelas razões que pretendíamos. O LIVRE ficou conhecido, é hoje conhecido, devido às peripécias, atribulações e polémicas internas em que se viu envolvido de Outubro até hoje, o que conduziu à degradação da imagem pública e da credibilidade do partido”, prossegue o texto, onde se refere a falta de articulação entre Joacine Katar Moreira e o partido, as constantes declarações à comunicação social e as palavras da deputada sobre ter vencido as eleições sozinha, menorizando o papel do Livre.

Sobre os atos políticos da deputada única, a moção critica a situação que classifica de confrangedora. “Apenas duas iniciativas foram apresentadas pela deputada (Projeto de Lei 126/XIV e Projeto de Resolução 64/XIV), sendo a primeira, o projeto de lei de alteração à lei da Nacionalidade, de particular relevância para o partido, foi apresentada fora do prazo.