A 10.ª edição do festival internacional de Dança GUIdance, que tem Vera Mantero como coreógrafa em destaque, arranca hoje com o espetáculo “Onironauta”, de Tânia Carvalho, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.
Tânia Carvalho é um dos “dois nomes fortes da nova geração da dança” presentes na programação da edição deste ano do GUIdance, que tem como “principal destaque” Vera Mantero.
O diretor artístico do festival, Rui Torrinha, recordou, em declarações à Lusa, a “relação antiga” entre o GUIdance e a coreógrafa em destaque na 10.ª edição.
“A Vera visita-nos com alguma regularidade e tínhamos vindo a falar sobre a possibilidade de em 2020 termos um olhar mais forte sobre o percurso dela e sobre a sua eterna juventude. Daí também termos esta peça em estreia [“Esplendor e Dismorfia”], que foi coproduzida com o Festival D’Avignon e que convoca também o [músico] Jonathan Uliel Saldanha para a criação e para o palco”, referiu Rui Torrinha.
Tânia Carvalho, que tem “uma voz muito própria e tem também uma projeção internacional cada vez maior”, irá apresentar “Onironauta”, “uma peça coletiva com dois pianos”, apresentada no final de janeiro, na Culturgest, em Lisboa, depois da estreia em Marselha, França, no início do ano, e que prossegue agora a digressão nacional.
O outro dos “dois nomes fortes da nova geração da dança” presentes nesta edição é Marlene Monteiro Freitas.
“Que é uma coreógrafa que agora já raramente conseguimos ver em Portugal e para nós foi um privilégio muito grande conseguirmos ter a Marlene com [“Bacantes – Prelúdio para uma Purga”] a sua peça mais larga, mais desafiante, uma peça que convocámos a Marlene a apresentar há dois anos”.
Além disso, “como é habitual”, o festival “abre também um olhar internacional, com a presença do Akram Khan [com “Outwitting the Devil”, espetáculo inspirado num fragmento da Epopeia de Gilgamesh] e com a Marie Chouinard [que tem mais de 40 anos de carreira e apresenta as peças “A Sagração da Primavera” (1993) e “Henri Michaux: Mouvements”(2011)]”.
Rui Torrinha destaca ainda “as novas vozes da dança contemporânea em Portugal nesta edição: Joana Castro e Elizabete Francisca, duas estreias absolutas e duas coproduções do festival”.
A coreógrafa e ‘performer’ Joana Castro, criadora com passagem no Centro de Criação de Candoso (CCC), em Guimarães, para uma residência artística prévia à estreia no festival, apresenta “Rite of Decay”. Já Elizabete Franscica, que também passou pelo CCC para uma residência artística, irá apresentar “Dias Contados”.
“Temos aqui as três camadas representadas: dos jovens coreógrafos, dos nacionais consolidados e dos internacionais, que é sempre um pouco a configuração do festival”, sublinhou Rui Torrinha.
Na 10.ª edição, convoca-se “um pouco o legado do próprio festival”. “O programa foi montado também nesta ideia de regresso de algumas das coreógrafas fortes, não só da cena em Portugal mas também da história do próprio festival”.
“Quer a Vera, quer a Marlene, quer a Tânia são presenças regulares no festival e havia também essa vontade de demonstrar que havia um percurso e que é preciso dar tempo para que as coisas também ganhem uma determinada densidade. O festival nesta 10.ª edição representa essa necessidade de dar espaço e de apoiar e celebrar os nossos grandes criadores”, referiu o diretor artístico do GUIdance.
Além dos espetáculos, o festival inclui atividades paralelas, desde ‘masterclasses’ a debates e ‘talks’ pós-espetáculos.
A 10.ª edição do GUIdance decorre até 16 de fevereiro, no Centro Cultural Vila Flor e no Centro Internacional de Artes José de Guimarães.
A programação completa pode ser consultada online em www.guidance.pt.