O presidente da câmara de Guimarães anunciou hoje que “será criada” uma equipa de trabalho para alterar a Rede de Referenciação Hospitalar para integrar a Unidade de Hemodinâmica do Hospital da Senhora da Oliveira, que está sem funcionar.

“A senhora ministra da Saúde vai nomear uma equipa técnica de saúde e jurídica para avaliar o funcionamento que se pretende para o Centro de Hemodinâmica do Hospital de Guimarães. Esse trabalho consistirá em alterar as redes de referenciação hospitalares como propor uma parceria entre os Hospitais de Guimarães e Braga”, explicou Domingos Bragança na reunião do executivo municipal desta segunda-feira.

A equipa terá ainda como objetivo “resolver o financiamento em falta porque os contributos dados pelos vimaranenses através de mecenato correspondem a cerca de 30 a 40% do custo do Centro de Hemodinâmica, sendo os restantes 60% financiados por um acordo que não pode ser classificado como mecenato e terá de ser anulado por não ter enquadramento legal”.

Em novembro de 2019 foi dado a conheceu que o Hospital de Guimarães tem laboratório de hemodinâmica [que permite o diagnóstico e tratamento invasivo de doenças cardíacas] pronto a utilizar há um ano e meio, pago por mecenas tendo custado cerca de dois milhões de euros, mas que não estava a ser utilizado por falta do aval do ministério da Saúde.

À data a Administração Regional de Saúde explicou que aquela unidade ainda não estava a ser utilizada por necessidade de “reorganização da Rede de Referenciação Hospitalar”, após o fim da parceria público-privada com o Hospital de Braga.

O Presidente da Câmara destacou a “abertura” do Ministério da Saúde para resolver “0 impasse”, dando conta que o Governo assumirá o pagamento do valor em falta: “Queremos que este Centro de Hemodinâmica seja colocado a funcionar, depois da equipa de técnicos de saúde e jurídica ultrapassar as questões que atrasaram este processo”, disse.

Segundo Domingos Bragança, “não está em causa a generosidade dos vimaranenses, o problema é que há 60% do custo deste Centro que resulta de um “acordo comercial” que não cumpre as regras da concorrência e terá de ser o Ministério da Saúde a assumir essa verba”.

A entrada em funcionamento do novo laboratório de Hemodinâmica permitirá, por exemplo, que os doentes coronários a área geográfica do Hospital de Guimarães possam ali realizar cateterismos cardíacos e angioplastias.