A fase como treinador da equipa de juvenis do Sporting de Braga «foi uma etapa de enorme evolução» para Custódio Castro, que destacou «o gozo tremendo» pelo futebol de ataque, mas equilibrado, «que não se parte».
Antes de ter sido escolhido pelo presidente dos minhotos, António Salvador, para substituir Rúben Amorim, transferido para o Sporting no início de março, Custódio Castro era o técnico dos sub-17 do Sporting de Braga, depois de duas temporadas como adjunto da equipa B.
“Não me via como treinador adjunto, mas senti que tinha de fazer esse caminho e hoje teria feito exatamente igual. Mas, eu sabia que não duraria muito tempo como adjunto, pela minha forma de ser e de pensar, pela forma como me preparei e pelos objetivos que tinha. Queria liderar o processo e assumir as minhas ideias”, revelou na segunda parte de uma entrevista ao sítio oficial dos ‘arsenalistas’.
Da equipa secundária, que militava então na II Liga, o técnico de 36 anos passou para a formação, algo que não fazia parte dos seus planos iniciais, mas que agora assume ter sido “uma etapa de enorme evolução”.
“Ver aquela equipa jogar era algo que me dava um gozo tremendo. Sentia-se o prazer dos jogadores em campo e a felicidade das pessoas que viam aqueles jogos, porque chegou a um ponto em que já era quase automático: baseado num futebol de ataque, mas um jogar que não se parte e onde o equilíbrio seria o suporte para todos os momentos do jogo acabou por se tornar numa coisa extraordinária. Quando me refiro a automático, não falo na robotização, mas sim ao entendimento por parte dos jogadores da ideia de jogo que era proposta”, detalhou.
A equipa passou por um período de cerca de dois meses sem vencer (sete jogos consecutivos) e o treinador assumiu essa “fase difícil”.
“Mas, eu não mudei uma vírgula no processo. Disse-lhes que acreditava muito no que estávamos a fazer e que ia dar resultado, faltava fazer com que eles também acreditassem e os resultados apareceram principalmente por este motivo, porque eles acreditaram”, diz.
Quanto a competição foi interrompida devido ao novo coronavírus, os sub-17 do Braga seguiam num ciclo de oito vitórias consecutivas, com destaque para a conseguida no terreno do FC Porto (2-1) e para as goleadas impostas ao Vitória de Guimarães (5-0, fora) e ao Boavista (6-0, em casa).
“Foi fantástico ter passado por aquilo, foi muito exigente insistir numa ideia desde o início, foi muito desafiante também, mas teve uma recompensa extraordinária, porque aquilo em que eu já acreditava veio a confirmar-se”, lembrou.