Fafe surpreende e elimina Moreirense na Taça de Portugal

Equipa da Liga 3 venceu o conjunto da I Liga por 1-0, com golo de João Batista, e garantiu presença na quarta eliminatória da prova.

Houve verdadeira festa da Taça em Fafe. A Associação Desportiva de Fafe, atualmente a competir na Liga 3, protagonizou este domingo uma das grandes surpresas da terceira eliminatória da Taça de Portugal, ao vencer o Moreirense, da I Liga, por 1-0, no Parque Municipal dos Desportos.

O único golo da partida surgiu aos 67 minutos, num livre direto de João Batista que desviou em Marcelo e enganou o guarda-redes André Ferreira, garantindo a passagem dos fafenses à próxima fase da competição.

Durante a primeira parte, o encontro foi marcado por várias interrupções e por um futebol pouco fluido. O Moreirense teve mais posse de bola, mas revelou pouca objetividade no último terço, criando apenas uma ocasião de perigo através de Benny, que rematou por cima aos 33 minutos.

O Fafe, bem organizado defensivamente e combativo nas disputas, também dispôs de boas oportunidades — primeiro por Théo Fonseca, aos 20 minutos, e depois por Carlos Daniel, aos 40 —, mas a pontaria não foi a melhor.

Na segunda metade, a equipa de Mário Ferreira subiu de rendimento, acelerou a circulação de bola e começou a criar mais perigo, primeiro num remate de Ká Semedo aos 64 minutos e, pouco depois, com o golo decisivo de João Batista.

Até ao final, o Fafe soube gerir a vantagem com maturidade, resistindo ao maior ascendente ofensivo do Moreirense, que só nos instantes finais ameaçou o empate, num remate de Rodrigo Alonso.

Com este triunfo, o Fafe volta a mostrar o seu estatuto de “tomba-gigantes” e segue em frente na Taça de Portugal, deixando pelo caminho um adversário do escalão principal do futebol português.

Vasco Botelho da Costa: “Ganhou quem quis mais ganhar o jogo”

Treinador do Moreirense reconheceu mérito ao Fafe e assumiu responsabilidade pela eliminação da Taça de Portugal.

https://www.facebook.com/reel/625980957149515

Na conferência de imprensa após a derrota do Moreirense por 1-0 diante do Fafe, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal, o treinador Vasco Botelho da Costa não escondeu a desilusão com o desempenho da sua equipa, admitindo que o adversário mostrou mais vontade de vencer.

“Foi um jogo equilibrado do princípio ao fim, e nós em nenhum momento conseguimos fazer a diferença, principalmente do ponto de vista ofensivo, que era a expectativa. Acabou por ser um jogo disputado, decidido numa bola parada. Mas isso deve fazer-nos pensar: nunca devíamos ter permitido que o jogo tivesse sido tão equilibrado. O Fafe foi muito competente defensivamente e, apesar das condições do relvado, isso não serve de desculpa. Ganhou a equipa que quis mais ganhar o jogo”, afirmou o técnico.

O treinador dos cónegos destacou ainda que a equipa baixou os níveis de concentração e agressividade, permitindo ao Fafe acreditar cada vez mais na vitória.

“À medida que o tempo ia passando, parecia que estávamos mais confortáveis com o empate e à espera que o resultado caísse a nosso favor. O Fafe, pelo contrário, acreditou mais. Antes de falarmos em tática, temos de perceber que, se não quisermos mais vencer do que o adversário, não teremos sucesso.”

Questionado se o problema foi desvalorizar o adversário, Vasco Botelho da Costa rejeitou essa ideia, mas reconheceu um “banho de humildade” para toda a equipa.

“Não se trata de desvalorizar. Os jogadores estavam mais do que avisados. Penso que entrámos ligados, mas o jogo não se tornou muito difícil e acabámos por cair na falsa sensação de controlo. Baixámos a intensidade e o Fafe foi ganhando confiança. Foi um bom banho de humildade para todos, a começar pelo treinador. Temos de lembrar-nos deste dia até ao final da época.”

Sobre a substituição de Benny, já amarelado, o treinador explicou ter sido uma decisão preventiva:

“Sim, conheço o árbitro Ricardo Baixinho, é pouco condescendente. Senti que, com o Benny amarelado, podia ser expulso a qualquer momento. Fomos condicionados e a responsabilidade é nossa.”

Por fim, Vasco Botelho da Costa reconheceu que a eliminação surge num momento difícil, após duas derrotas consecutivas, mas garantiu que o foco permanece na Liga.

“É uma fase negativa, sim, com duas derrotas seguidas. Mas não podemos dramatizar. Foi um jogo fraco, temos de assumi-lo. No futebol, quando estamos mais fortes e agressivos, ganhamos duelos e controlamos o jogo. Hoje não tivemos a atitude certa para fazer a diferença.”

Mário Ferreira: “O segredo esteve no acreditar”

Subtítulo:
Treinador do Fafe destacou a fé, a organização e a atitude da equipa na vitória sobre o Moreirense, que valeu a passagem à quarta eliminatória da Taça de Portugal.

Texto reformulado:
Após a surpreendente vitória do Fafe sobre o Moreirense (1-0), na terceira eliminatória da Taça de Portugal, o treinador Mário Ferreira mostrou-se orgulhoso pela exibição da sua equipa e destacou o “acreditar” como o fator decisivo para o triunfo frente a um adversário da I Liga.

“Acho que o segredo esteve muito no acreditar. Foi um jogo complicado, com condições meteorológicas que não ajudaram a praticar bom futebol, mas acreditámos que era possível. À medida que o tempo foi passando, fomos crescendo no jogo e o Moreirense foi perdendo alguma expectativa. Conseguimos chegar à vantagem e controlar o jogo”, afirmou o técnico, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Fafe.

O treinador explicou ainda como preparou a equipa para o desafio, sublinhando o mérito e a maturidade dos seus jogadores.

“Não há uma receita. Estes jogadores têm qualidade para responder a este tipo de situações. Estávamos preparados para tudo: sabíamos que o Moreirense ia entrar forte e teve mérito na primeira parte, mas na segunda entrámos com uma mentalidade diferente, com mais controlo. Fizemos uma segunda parte de nível bastante bom.”

Quanto ao próximo adversário, o Arouca, Mário Ferreira mantém o foco no trabalho diário.

“O nosso objetivo é dia a dia, jogo a jogo. Podemos competir com qualquer adversário, independentemente da divisão. Se passarmos, ótimo. Se não, foco total no campeonato, que também é muito importante.”

O treinador falou ainda sobre a recuperação anímica da equipa, que iniciou a temporada sem vitórias e sofreu uma mudança técnica.

“Os jogadores têm de ter orgulho e vontade de vencer. Temos de sair de cada jogo com a consciência de que demos tudo. Essa foi a mensagem que transmiti: mesmo quando as coisas correm mal, temos de saber que fizemos tudo para que não fosse assim e continuar a trabalhar todos os dias.”

Por fim, Mário Ferreira elogiou a estreia de João Gonçalo, guarda-redes que defendeu a baliza fafense pela primeira vez esta época.

“Excelente. Chegou há pouco tempo, assimilou rapidamente as ideias e fez uma exibição segura. Não gosto de destacar individualidades, mas ele merece: fez uma grande partida.”