Golos de Rodrigo Mora (45’) e Borja Sainz (79’) valeram o triunfo após empate de Víctor Gómez (51’), num jogo equilibrado decidido pela eficácia e pelas mexidas de Farioli.
O FC Porto bateu o SC Braga por 2-1 no Estádio do Dragão e retomou a liderança isolada da I Liga na 10.ª jornada, chegando aos 28 pontos e mantendo vantagem sobre Sporting e Benfica, enquanto os bracarenses permanecem em sétimo com 13 pontos.
Num duelo equilibrado e com fases de ascendente arsenalista, os dragões capitalizaram melhor as oportunidades e viram as substituições darem novo fôlego até ao golo decisivo de Borja Sainz aos 79 minutos.
O 1-0 surgiu em cima do intervalo, quando um remate de Samu de fora da área desviou em Rodrigo Mora e traiu Hornícek, colocando os azuis e brancos na frente antes do descanso.
O SC Braga reagiu de imediato no início da segunda parte e empatou por Víctor Gómez aos 51 minutos, na sequência de um canto ao segundo poste trabalhado por Zalazar, fazendo o primeiro golo do lateral na I Liga ao fim de 93 jogos.
A partida manteve-se aberta, com Salazar a obrigar Diogo Costa a defesa difícil e Fran Navarro a rondar a reviravolta bracarense, mas a resposta do FC Porto chegou do banco com um passe longo milimétrico de Gabri Veiga a isolar Borja Sainz para o 2-1 final aos 79 minutos.
Até ao apito, os dragões geriram os ritmos, arrefeceram o jogo e não permitiram novas ocasiões claras ao SC Braga, selando um triunfo de peso face ao bom momento que os minhotos traziam das últimas semanas.
Francesco Farioli surpreendeu no onze com Rodrigo Mora no meio-campo e William Gomes na ala direita, recuando Pepê para o lado oposto e deixando Borja Sainz no banco, opções que acabariam por ser decisivas com a entrada do espanhol para assinar o golo da vitória.
Carlos Vicens manteve a estrutura de três centrais que sustentou a série positiva recente e apostou em Pau Víctor na frente, mas, apesar da organização e do controlo parcial, faltou eficácia para transformar o ascendente em pontos no Dragão.
Declarações de Carlos Vicens, treinador do Sp. Braga, na conferência de imprensa, no Estádio do Dragão, após a vitória a derrota frente ao FC Porto (2-1) em jogo da 10.ª jornada da Liga:
O rival foi capaz de fazer dois golos, nós um. É futebol e foi essa a diferença. O Braga mostrou que, qualquer que seja o adversário ou o desafio que lhe colocam, tem uma identidade: fazer as coisas à nossa maneira, com ambição, valentia e vontade de jogar para ganhar. Há que coisas a melhorar, como sempre, mas temos de ser sempre a equipa que coloca muitas dificuldades aos adversários. A equipa tem uma personalidade bem definida. Não gosto de perder ou empatar, mas, se tiver de acontecer, que seja jogando assim – dando tudo e sofrendo. Sofremos dois golos, dois erros, e isso penalizou-nos muito.”
O SC Braga teve mais bola, controlou boa parte do jogo, porque é que perdeu?
«Porque o rival fez dois golos e nós só fizemos um. É o futebol. Já falei com os rapazes no balneário, acho que demonstrámos quem somos, creio a equipa foi muito reconhecida, acredito que a equipa, independentemente do adversário que tenha pela frente, seja qual for a competição, a nossa equipa tem uma clara identidade. Tem uma forma clara de fazer as coisas. Essa forma de fazer as coisas passa por ser uma equipa ambiciosa, uma equipa que quer assumir o jogo. Hoje não pôde ser, encontrámos situações infelizes no jogo que nos privaram inclusivamente do empate. Temos de continuar, melhorar onde temos de melhorar, como sempre e focar-nos em continuar a ser esta equipa que coloca muitas dificuldades aos adversários em todos os jogos que fizer.»
Na primeira parte, o FC Porto entrou num jogo mais emocional, mas o Sp. Braga continuou a ser uma equipa serena. É essa personalidade que permite ao Sp. Braga bater-se de frente com qualquer adversário?
«Penso que sim, a equipa joga com personalidade, tem uma personalidade muito caracterizada, muito bem definida. Não gosto de perder no futebol, nem de empatar, mas se tiver de perder ou empatar, que seja a jogar como fizemos hoje. A dar tudo pelo jogo. Não conseguimos, não porque não queríamos, porque não conseguimos o segundo golo e porque sofremos dois. O futebol são acertos, são erros e hoje penalizaram-nos muito.»
No momento em que sofre o 2-1 sentia que tinha o jogo controlado?
«Pouco a pouco, na segunda parte, a equipa foi recuperando a confiança, que o golo sofrido no último minuto da primeira parte nos tinha tirado, e voltou a tomar conta do jogo e a aproximar-se da baliza. Mesmo depois do golo, continuámos a fazer aproximações muito perigosas. Vendo de fora, sabes que o FC Porto tem jogadores muito rápidos que tem podem penalizar, mas o que vimos foi um Braga que estava próximo do golo. Foi a sensação que tive de fora, depois de analisar o jogo a frio, mas senti que houve um momento em que a equipa estava muito próxima de poder fazer um segundo golo. Não conseguimos e acabámos por sofrer na jogada que resulta no segundo golo deles. A verdade é que a equipa continuou a tentar ter o controlo do jogo e também atacar. Fizemos alterações para isso, mas no final não conseguimos, pelo menos, o empate que nos podia ter aliviado um pouco.»
Apesar da boa exibição, o SC Braga fica mais longe dos lugares cimeiros. Acredita que ainda vai subir na classificação?
«Sim sabemos que a liga é uma competição de maratona, são 34 jogos e obviamente que queremos ganhar mais jogos na Liga. Temos de olhar jogo a jogo, agora vamos jogar para uma competição diferente, mas depois vamos regressar à Liga. Depois à nova paragem, regressamos com a Taça… O Braga é uma equipa grande, está em diferentes competições. Não é o momento de olhar para a classificação, temos de analisar este jogo, a equipa está em crescimento, e pensar que no próximo jogo temos de melhorar.»
Declarações de Francesco Farioli, treinador do FC Porto, na conferência de imprensa, no Estádio do Dragão, após a vitória difícil frente ao SC Braga (2-1) em jogo da 10.ª jornada da Liga:
«O jogo não foi fluído, mas dos dois lados. Recuperámos várias vezes a bola do guarda-redes deles, o contrário não aconteceu. O facto de jogarmos mais com o Diogo e termos mais bolas longas do que o habitual é pelo facto de o adversário pressionar mais.»
«A eficiência é sempre importante, mas mais do que isso é a fome de rematar. O golo do Borja é uma boa imagem disso. Houve momentos em que cruzámos para a área com três jogadores a atacarem a bola e a falharem o toque final por alguns centímetros. Mas a eficácia é sempre determinante.»
«O Sp. Braga é uma das equipas que sabe defender de forma agressiva, com muitos duelos individuais. Agora, difícil era que todos os contactos nossos eram falta, enquanto eles podiam jogar muito com as mãos e com os pés, fazer tackles. Isto não é a primeira vez que acontece.»
Análise à vitória sobre o Sp. Braga
«Jogámos contra uma equipa muito bem treinada e muito agressiva. O jogo foi muito aberto e acho que tivemos as melhores oportunidades. Podíamos ter capitalizado melhor alguns lances, mas o espírito competitivo da equipa tem sido fantástico. Os jogadores que vieram do banco deram um contributo muito bom à equipa, acho que o resultado é muito importante.»
«Ao intervalo o jogo estava muito bom, dentro do que tínhamos preparado. Sofremos mais no início do segundo tempo, mas honestamente não concedemos muita coisa sem ser remates de fora da área e algumas bolas paradas. Controlámos o jogo em alguns momentos sem bola, mais do que estamos habituados. temos de nos saber adaptar, quando o adversário nos força a fazer outras coisas que não estamos habituados a fazer.»
Substituições e impacto de Pablo Rosario
«Precisávamos de poder no meio, contra uma equipa muito intensa. Vimos a mobilidade dos jogadores do Sp. Braga e precisávamos de pernas para correr atrás dos jogadores adversários. A entrada do Rosario foi um dos pontos-chave do jogo, para estabelecer alguma tranquilidade no meio.»
Vitória e momento do FC Porto
«Vitória pode dar algo mais à equipa, com todas as circunstâncias que têm havido à nossa volta. Se queremos aprender, é sempre uma boa oportunidade para isso. Há uns tempos disse que precisávamos de treinar mais contra dez jogadores e agora temos de treinar em campos mais pequenos quando atacamos. Não podemos tocar nos adversários porque é falta e cartão amarelo, vamos treinar esta parte.»
«É bom ter 28 pontos, agora temos de nos focar no jogo com o Utrecht e depois com o Famalicão. Acho que, juntamente com o Gil Vicente e o Sp. Braga, é a equipa que está no seu melhor momento. É uma equipa muito forte em bolas paradas e vai ser um caminho muito longo. Temos de pensar jogo a jogo. Não podemos relaxar em nenhum momento»
































