Carlos Eduardo Reis suspenderá o mandato como deputado, mas manter-se-á na Câmara Municipal
A Comissão Política do PSD de Barcelos manifestou, esta terça-feira, “total solidariedade” ao vereador e deputado Carlos Eduardo Reis , acusado no processo Tutti Frutti de 21 crimes , incluindo corrupção, prevaricação, tráfico de influência e abuso de poder .
Em comunicado assinado por Ricardo Barroso , secretário da comissão política, o PSD Barcelos defendeu a presunção de inocência e sublinhou a confiança no vereador:
“No exercício das suas funções, enquanto vereador a tempo parcial da Câmara Municipal de Barcelos, Carlos Eduardo Reis sempre mereceu e deu total confiança, integrando uma equipa que trabalha desde o primeiro dia para o desenvolvimento do concelho.”
O movimento independente Barcelos, Terra de Futuro (BTF) , que integrou a coligação que elegeu Carlos Eduardo Reis, também manifestou apoio político ao vereador , afirmando que aguardará com “tranquilidade e serenidade o funcionamento normal da justiça” .
Vai abandonar o Parlamento, mas mantém-se vereador
Carlos Eduardo Reis anunciou na sexta-feira que suspenderá o seu mandato de deputado no final do mês, após perder a confiança da direção parlamentar do PSD , mas disse discordar dessa decisão .
Em entrevista à SIC Notícias , afirmou que pretendia manter-se no cargo até que a acusação fosse definitiva, mas admitiu que o clima de desconfiança o levou a abdicar:
“Já percebi que a direção do grupo parlamentar não acha isso (…) Há um limite que também ponho, é o da confiança política, já percebi que não há confiança política.”
Sobre a sua posição como vereador em Barcelos , garantiu que pretende cumprir o mandato até ao fim .
Na semana passada, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares , afirmou que pediria a suspensão imediata do mandato de Carlos Eduardo Reis. O deputado, no entanto, criticou a forma como foi preliminar, acusando a liderança do partido de tratar o caso mais rapidamente que o Ministério Público e de fazer um julgamento político antecipado .
“Não quero transformar isto numa guerra entre mim e o líder do grupo parlamentar. Se o meu partido entende que não há confiança política para continuar, não continuarei” , concluiu.