As escolas foram surpreendidas, esta semana, com o anúncio de cortes entre os 14 e 25% dos seus orçamentos. A denúncia foi feita esta quinta-feira, no Parlamento, pelo BE. O Ministério anunciou horas depois que foi um erro que não será cumprido.
Os agrupamentos receberam um ofício do Instituto de Gestão financeira da Educação (Igefe), esta semana, a comunicar-lhes cortes nos orçamentos entre 14 e 25%, alguns casos até superiores, garantiu ao JN o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). A deputada do BE Joana Mortágua denunciou a intenção durante a interpelação ao Governo, esta quinta-feira, no Parlamento. Horas depois o ME garantia que o documento foi um erro.
“A referida informação foi enviada, indevidamente, pelo que está a ser retirada. Não haverá cortes nas verbas atribuídas às escolas”, garantiu ao JN o gabinete do ministro, Tiago Brandão Rodrigues, através de uma resposta escrita.
Os diretores dizem-se “revoltados” e “chocados” e terão avisado o Ministério da Educação que podiam não conseguir pagar despesas, como as máscaras do Pré-Escolar, que reabre segunda-feira.
“Nem nos tempos mais negros da troika as escolas sofreram cortes como estes”, afirma Manuel Pereira, garantindo que os diretores ficaram “revoltados”, “chocados” e “ofendidos” com o ofício que receberam.
Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) critica os critérios “pouco caros” do Igefe na atribuição das verbas e lamenta que as propostas anuais das escolas, que têm de ser aprovadas em conselho geral, “nunca sejam tidas em conta e se revelem uma perda de tempo”.