Mustafá, líder da claque Juve Leo, e Bruno Jacinto, à data dos acontecimentos oficial de ligação aos adeptos, também ilibados. “Nada se provou contra estes arguidos”, disse Sílvia Pires, presidente do coletivo de juízes.
O Tribunal de Almada ilibou, esta quinta-feira, os arguidos Bruno de Carvalho, Bruno Jacinto, antigo oficial de ligação aos adeptos, e Nuno Vieira Mendes (Mustafá), líder da claque Juventude Leonina, da acusação de autoria moral do ataque à Academia de Alcochete, em maio de 2018.
Indo ao encontro da alegação final do Ministério Público (MP), o coletivo de juízes presidido por Sílvia Pires iliba o ex-presidente do Sporting, o antigo oficial de ligação aos adeptos e o líder da claque Juventude Leonina da participação no ataque.
“Não se prova que as publicações de Bruno de Carvalho nas redes sociais tenham servido para incitar os adeptos. Não se prova qualquer causa-efeito na expressão ‘façam o que quiserem’ e o que aconteceu na academia. Quanto à reunião em que o arguido perguntou quem estava com ele, essa expressão foi utilizada no sentido de saber quem estava com aquela direção”, afirmou.
Os arguidos acompanharam a leitura da sentença por videoconferência, numa sala à parte do Tribunal de Monsanto, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19.
O incidente foi assim motivado pela derrota do Sporting na Madeira, que afastou a equipa da Liga dos Campeões, e pela reação dos jogadores à claque.
O tribunal concluiu que 37 dos iniciais 44 arguidos protagonizaram o ataque de maio de 2018 e que o incidente foi motivado pela derrota do Sporting na Madeira, que afastou a equipa da Liga dos Campeões, e pela reação dos jogadores à claque, em pleno aeroporto do Funchal.
Bruno de Carvalho esteva acusado de ser autor moral de 97 crimes: 40 de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados.
A 15 de maio de 2018, cerca de 40 adeptos encapuzados, alegadamente afetos ao Sporting e à claque Juventude Leonina, invadiram a Academia do clube, em Alcochete, e agrediram jogadores e equipa técnica.
No entanto, a juíza Sílvia Peres explica que o “Tribunal provou que 37 arguidos entraram na Academia, a correrem em passo acelerado, sabiam que era um espaço vedado” e identificou os invasores.
A juíza anuncia que não ficou provado que os “os arguidos tenham impedido a saída dos jogadores do balneário. Fernando Mendes e Nuno Torres mantiveram sempre na retaguarda do grupo”.