Desde novembro do ano passado que Mónica Barroso, de Guimarães, não recebe a bonificação por deficiência do abono de família, no valor de cerca de 60 euros mensais, por causa de um erro da Segurança Social.

O Centro Distrital de Braga disse-lhe que não tinha descontos feitos, mas a mulher de Ronfe, Guimarães, já desconta para a Segurança Social há quase 25 anos.

“Em dezembro, eu fui reclamar e eles disseram que lá aparece sem descontos, mas eu dei-lhes este documento a provar que faço os meus descontos, que nunca falhei um dia”, lamenta a mulher, mãe de Miguel Maria, nascido há sete anos.

A cumplicidade entre mãe e filho é evidente e, à primeira vista, Miguel é um menino saudável. No entanto, tem uma doença por diagnosticar que se caracteriza por alguns sintomas de autismo. Embora os inúmeros exames médicos que fez até hoje não tenham detetado nada de anormal, Miguel não fala, tem severas dificuldades na motricidade fina e é hiperativo. Estas condições obrigam a que o pai ou a mãe estejam em permanente acompanhamento. “Ele fez anos e não sabe soprar uma vela”, explica Mónica.

PAGAVA CLÍNICA

O dinheiro proveniente da bonificação por deficiência servia para pagar a clínica onde Miguel tem obtido bons resultados, mas desde novembro que não chega, o que levou a mãe a lançar um apelo que se tornou viral nas redes sociais.

Contactada pelo JN, fonte oficial do Instituto da Segurança Social (ISS) confirmou que a criança é beneficiária desde março de 2016 e que, “em novembro de 2019, devido a um erro aplicacional, alheio aos serviços do Centro Distrital da Segurança Social de Braga, a prestação foi cessada de forma automática, com fundamento na inexistência de remunerações”.

Já este mês, confirma a Segurança Social, Mónica reclamou da suspensão da bonificação e “por se ter verificado que a requerente mantinha as condições de atribuição da bonificação, a situação foi prontamente regularizada e a beneficiária informada”. O reinício do pagamento será feito com retroativos a dezembro de 2019, acrescenta o ISS.

Desespera para ir a junta médica há um ano e meio

Além de terem cortado a bonificação por deficiência do abono, Mónica Barroso também tem resposta a um pedido de junta médica feito em fevereiro de 2019. “Disseram-me que está parado a nível nacional, que possivelmente iam recomeçar em junho, mas que não têm indicações”, critica a vimaranense. Miguel Maria precisa da junta médica para obter o atestado multiuso para poder usufruir dos benefícios a que todas as pessoas com grau de incapacidade têm direito. Por exemplo, só o atestado lhe assegura o transporte especial para a escola, caso contrário tem de ir de camioneta.

IN “JN”