Fernando Santos, selecionador nacional, fez a antevisão da partida da Liga das Nações frente à Suécia, marcada para quarta-feira, pelas 19.45 horas, no Estádio de Alvalade, em Lisboa, e abordou a ausência de Cristiano Ronaldo, que testou positivo à covid-19.
“No primeiro jogo um caso de covid e tive de alterar os planos, Portugal ia jogar com a Espanha, mas não alterei os planos estratégicos, não alterei nada do que seria a nossa intenção de jogo. Alterei o jogador, tinha confiança absoluta no Fonte para esse jogo e comecei com o Rúben Semedo, que já estava previsto entrar para ver como as coisas funcionavam. No segundo não fiz uma alteração, estamos a falar de guarda-redes.”, salientou o técnico nacional.
“O que tenho a lamentar é que tivemos a infelicidade de termos dois jogadores que testaram positivos à covid. Infelizmente voltamos a esta questão muito anormal. Em relação ao jogo, nenhuma equipa, não tendo o melhor do Mundo, pode estar melhor”, acrescentou Fernando Santos.
E prosseguiu sobre o jogo com os suecos: “Com o melhor do Mundo ficaríamos melhores, mas esta equipa já demonstrou que tem capacidade, coletivamente, para resolver as questões que são colocadas. Estou confiante nos meus jogadores e naquilo que amanhã [quarta-feira] vão fazer em campo. Por aí estou tranquilo. Se o Cristiano Ronaldo faz falta? Claro que sim!”.
Fernando Santos garantiu que a seleção tem cumprido tudo o que foi solicitado. “Temos feito tudo o que nos tem sido dito, pois para nós a saúde é algo muito importante. E desde segunda-feira, faz hoje oito dias, que estamos aqui completamente confinados. O staff e os jogadores entraram aqui e foram todos testados e nunca mais entrou ninguém aqui dentro. Isto é uma bolha. Portanto não há ninguém que venha de fora ou que saia e que entre. Estamos aqui todos. No primeiro estágio não tivemos nenhum problema, desta vez, infelizmente, aconteceu, mas não pelo não cumprimento das regras”, assegurou o selecionador.
“Um jogador que testa positivo a uma segunda-feira quando veio de fora, de certeza que não foi aqui que o vírus o atacou. Os jogadores têm-se preocupado em manter sempre as regras de segurança. Já fizemos sete testes, todos os dias fomos testados. Isso é que nos deixa com esse sabor. Quando fizemos tudo bem e mesmo assim aconteceu. Ainda ninguém sabe bem esta questão da covid. Saímos daqui de autocarro para ir jogar com a Espanha, fomos para França e não saímos do hotel e voltamos para cá. Tudo o que são regras de bom funcionamento em termos da Direção-Geral de Saúde e da UEFA cumprimos à risca. Mas, infelizmente aconteceu”, explicou o treinador nacional.
A reação de Ronaldo ao teste positivo também foi abordada. “Está a reagir bem. Ele entrou em isolamento ontem à noite [segunda-feira], durante a noite soubemos da notícia do resultado positivo ao segundo teste, de manhã voltamos a testar o Cristiano e os outros jogadores, mas ele ficou logo isolado dos outros. Está no quarto, só diz que quer jogar. Ele está bem e completamente assintomático, não sente nada e não tem problema nenhum. Nem percebe muito bem o que aconteceu”, esclareceu Fernando Santos, reconhecendo que para o grupo foram momentos difíceis.
“Quando foi detetado o primeiro caso ninguém ficou tranquilo, houve espaço para alguma apreensão e ansiedade. Repetiu-se a seguir ao Anthony e também se repetiu hoje de manhã”, anotou o selecionador, continuando: “Quando se tem um treino programado para de manhã e se passa para a tarde, não é uma coisa comum. E quando acontece algo pouco comum é natural que se fale e que se comente”.
A ausência de Cristiano Ronaldo vai mexer com as dinâmicas. “São diferentes com certeza, mas não aquilo que é a organização, a estratégia e mesmo as dinâmicas fundamentais da equipa no processo defensivo e ofensivo. Agora, o Cristiano tem características próprias e que sabe ir lendo o jogo. É um jogador mais móvel e vai ter de haver uma flutuação dos jogadores da frente para compensar alguns momentos do jogo. Nesses detalhes é diferente. Agora, a equipa já jogou sem Cristiano e jogou bem, mantendo aquilo que é o seu perfil natural, que tem a ver com o ADN dos meus jogadores”, ressalvou Fernando Santos, não esclarecendo quem será o substituto do número 7.
A presença de público foi considerado pelo treinador uma vantagem. “Cinco mil adeptos já é muito bom, em muitos campos em Portugal, quando eu jogava, não havia tantos. Com 50 ou 60 mil é mais emocionante, mas estes agora são muito importantes e é muito bom para os jogadores”, finalizou.