Juventude Popular quer prenúncio de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a eutanásia

A Juventude Popular veio a público solicitar a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, sobre a eutanásia, face à proposta de um referendo ter sido chumbada.

Francisco Mota, presidente da Juventude Popular, afirma que “o regime não silenciou apenas 95 mil portugueses que subscreveram a iniciativa popular para um referendo, silenciaram um país e impuseram a Portugal uma agenda”. “Contra tudo e contra todos, contrariam os pareceres desfavoráveis de especialistas, da Ordem dos Médicos, Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos Advogados, da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida e, ainda, de reconhecidos professores universitários que consideram a medida e os projectos de lei anticonstitucionais”, diz o líder centrista.

“Era obrigatório não confinar o debate apenas na Assembleia da República, existindo uma ampla e esclarecida discussão pública. O silêncio do presidente da República é assustador e o seu prenúncio tem de acontecer. Espero que este silêncio não seja mais um arranjinho do PS e PSD a pensar nas eleições presidenciais. O povo português tem o direito de saber o que pensa fazer o presidente da República com os diplomas e a sua inconstitucionalidade e qual a sua opinião sobre o bloqueio democrático ao referendo”, questiona Francisco Mota.

Em comunicado enviado às redações, o jovem centrista chega mesmo a questionar se esse silêncio não será “mais um arranjinho do PS e PSD a pensar nas eleições presidenciais”. “O povo português tem o direito de saber o que pensa fazer o Presidente da República com os diplomas e a sua inconstitucionalidade e qual a sua opinião sobre o bloqueio democrático ao referendo”, refere Francisco Mota.

“Feriram de morte a democracia, Portugal está de luto e espero que o Presidente da República não seja cúmplice”, remata.

O referendo à morte medicamente assistida, proposto por uma iniciativa popular dinamizada pela Federação Portuguesa pela Vida e que reuniu mais de 95 mil assinaturas, foi esta sexta-feira chumbado na Assembleia da República. 

PS, BE, PCP, PEV, PAN, nove deputados do PSD (entre os quais Rui Rio) e as deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues votaram contra o referendo. Já Iniciativa Liberal, CDS e PSD votaram a favor. O deputado único do Chega esteve ausente na votação.