Movimento “A Pão e Água” pede apoio a Marcelo e inicia greve de fome

O chef, Ljubomir Stanisic, participa na manifestação de empresários e trabalhadores da área da restauração organizada pelo movimento de cidadãos "A Pão e Água", que protestam no centro do Porto contra as medidas anunciadas pelo Governo de recolhimento obrigatório mais alargado nos fins de semana dos próximos 15 dias, Avenida dos Aliados, Porto, 13 de novembro 2020. JOSÉ COELHO/LUSA

O Movimento Sobreviver a Pão e Água, que junta empresários e trabalhadores da restauração e similares, apelou esta sexta-feira a que o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “interceda urgentemente a favor do setor”, tendo alguns membros iniciado uma greve de fome.

Este movimento, que junta empresários e trabalhadores da restauração, bares, discotecas, cultura, eventos, alojamento e táxis, foi esta sexta-feira recebido na Casa Civil da Presidência da República, e revelou que teve a oportunidade de “expor as suas ideias e propostas, solicitando ao presidente [Marcelo Rebelo de Sousa] que interceda urgentemente a favor do setor”.

“Sem respostas concretas e imediatas aos pedidos apresentados, e considerando a urgência de medidas que apoiem um setor que já há nove meses se encontra em agonia, e que, agora, com as novas restrições, entra numa fase ainda mais dramática, o Movimento não tem outra opção senão a de prosseguir esta luta”, realça a nota.

Em representação do movimento estiveram Ljubomir Stanisic, José Gouveia e Manuel Salema, e esta reunião “surgiu na sequência de um pedido de audiência” em 16 de novembro, “endereçado ao Sr. Presidente da República, mas também ao primeiro-ministro, Dr. António Costa, e ao ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Dr. Pedro Siza Vieira”.

“Dos três pedidos enviados, apenas o ’email’ dirigido ao Gabinete da Presidência obteve resposta, concretizando-se hoje a audiência solicitada”, destaca ainda o comunicado.

Para o movimento Sobreviver a Pão e Água, apesar de não ser responsabilidade do Presidente da República legislar, é “uma das suas funções chamar a atenção da Assembleia da República para qualquer assunto que, no seu entender, reclame uma intervenção do parlamento”.

A partir de hoje, em tendas instaladas em frente à Assembleia da República, alguns membros do movimento estarão em greve de fome, “como forma de protesto e em solidariedade por todos aqueles que, neste momento, não têm já o que comer”, pode ler-se.

“Pelos 43% de nós, empresas de restauração e similares, que ponderam avançar para a insolvência. Pelos 19% de nós, empresas de alojamento turístico, que ponderam fechar as portas. Pelos que ficaram pelo caminho. Pelos mais de 49 mil empregos perdidos no setor da restauração e hotelaria durante o terceiro trimestre de 2020. Por todos os que perderão o emprego, o sustento, a comida na mesa se as ajudas não chegarem já”, disse ainda.