Bracarenses estiveram a perder por 0-2, mas chegaram ao empate no ultimo folego.
Um final de ‘loucos’, SC Braga e FC Porto empataram hoje 2-2, na 18.ª jornada da I Liga de futebol, num jogo em que os portistas estiveram a ganhar por 2-0.
Sérgio Oliveira, de grande penalidade (36 minutos), e Taremi (54) marcaram os golos portistas, mas, num final impróprio para cardíacos, Fransérgio (87) e Gaitan (90+4) empataram para os bracarenses.PUBLICIDADE
O FC Porto, reduzido a 10 desde os 60 minutos por expulsão de Corona, viu escapar nos últimos instantes uma vitória que parecia certa e que, até determinada altura, se justificava por inteiro e pode ver o Sporting aumentar a vantagem se vencer em Barcelos o Gil Vicente, na terça-feira.
Contudo, a partir do momento em que passou a jogar com mais uma unidade, o SC Braga, que até aí não tinha mostrado argumentos, nem soluções para discutir o resultado, foi empurrando o adversário para a área e, com muito ‘coração’, chegou ao empate.
No Braga, Carlos Carvalhal mexeu em cinco peças no ‘onze’ inicial. Castro não recuperou e o técnico apostou em João Novais, merecendo ainda destaque a titularidade de Abel Ruiz em detrimento de Sporar.
Já no FC Porto, Sérgio Conceição mudou quatro jogadores, merecendo nota especial a chamada para o lado esquerdo da defesa de Malang Sarr, que tinha feito o último jogo há quase um mês (12 de janeiro, na vitória por 4-2 sobre o Nacional, nos oitavos de final da Taça de Portugal).
O técnico portista fez ainda voltar Luís Díaz, Corona (que seria expulso aos 60 minutos) e Marega e, sobretudo com a criatividade do extremo mexicano, o FC Porto é outra equipa.
Depois de um jogo muito ‘atado’ no início, o FC Porto foi paulatinamente intensificando a pressão e assumindo o comando do jogo, mas só um penálti convertido por Sérgio Oliveira desequilibrou (36).
Artur Soares Dias não assinalou inicialmente a falta imprudente de Tormena sobre Marega, mas alertado pelo VAR foi visionar as imagens e sancionou a grande penalidade.
O Braga tinha muitas dificuldades em chegar ao último terço ofensivo – o único lance de perigo que teve foi um cabeceamento de Abel Ruiz aos 10 minutos – e seriam os ‘dragões’ a voltar a ameaçar com um cabeceamento de Taremi, após canto da esquerda, a sair muito perto o poste direito da baliza bracarense (45).
A abrir a segunda parte, Mbemba após canto, rematou de primeira, em boa posição, mas muito ao lado, mas o segundo golo não demorou: Corona fez o que quis de Tormena pela esquerda e assistiu com classe Taremi que rematou de primeira à entrada da pequena área (54).
Descontente, Carlos Carvalhal lançou de uma assentada Borja e Sporar (59) e, no minuto seguinte, o FC Porto ficou reduzido a 10 jogadores porque Corona viu o segundo cartão amarelo – o FC Porto jogou com menos uma unidade durante 36 minutos.
O Braga empurrou o FC Porto para a sua área e, aos 84 minutos, esteve perto do golo – Pepe, quase sobre a linha de baliza, não deixou que o ‘chapéu’ de Ricardo Horta entrasse.
Três minutos depois marcou mesmo, com Fransérgio a rematar de primeira, após passe de Piazon e, aos 90+4, Gaitan só empurrou após nova assistência de Piazon.
O FC Porto ainda esteve à beira do terceiro, mas Matheus ‘salvou’ (90+7).
Declarações de Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o empate (2-2) frente ao FC Porto no jogo inaugural da segunda volta da Liga:
«Já a semana passada conseguimos reverter o resultado e a equipa nunca perdeu a integridade, nunca se desmembrou nem deixou de acreditar. O FC Porto estava confortável, mas a partir da expulsão tomámos conta do jogo. Podíamos ter marcado mais cedo, ficámos completamente abertos, criámos muitas dificuldades para o FC Porto defender. Nunca tivemos tendência para fazer chuveirinho, fomos sempre à volta e conseguimos o empate. Tenho de destacar a capacidade da equipa, terminar o jogo assim com uma segunda parte destas a jogar de três em três dias fico extasiado».
[Empate com sabor a vitória?] «Não revi o jogo nem o resumo sequer, e, na emoção do jogo, até nos passa uma ou outra situação. O jogo foi muito equilibrado, na segunda parte entrámos bem e o segundo golo sofrido foi um golpe muito duro para quem quer reverter o resultado. Foi o que o jogo determinou, não vou dizer se é um ponto ganho ou perdido, foi o que o jogo determinou e temos de aceitar».
Vítor Bruno, adjunto de Sérgio Conceição (que foi expulso por acumulação de cartões amarelos), considerou injusta a expulsão de Jesús Corona no Braga-FC Porto.
Empate após dois golos de vantagem e expulsão de Corona: “É demasiado frustrante, acho que a própria questão já por si só encerra algum significado. Fomos melhores na grande maioria do tempo, há uma altura, em que não se percebe bem porquê, em que o nosso melhor jogador, não tenho problemas em dizê-lo, é expulso. Enquanto a permissividade continuar, enquanto continuarem a fazer do Corona um saco de batatas, desculpem a expressão, corremos o risco de não valorizar o espetáculo que promovemos. É criminoso o que fazem ao Corona semanalmente, de três em três dias. Todos os intérpretes têm de meter a mão na consciência, temos de ter cuidado na forma como abordamos os lances, sob pena de ver os craques fugirem para outros campeonatos.”
Ainda sobre Corona: “Vi as imagens. O Carlos [jornalista da Sport TV] também deve ter visto, toda a gente deve ter visto. Não tenho problema em falar. O primeiro amarelo é um atentado ao futebol. O segundo, OK, posso aceitar. O primeiro, para um jogador como o Corona, que sofre como sofre… Às vezes, é como meter a bola num cofre. Depois, os cofres são assaltados, ou arrombados. Ele está no balneário a chorar de dor por aquilo que sofre em campo. E a proteção que tem é esta.”
Veja aqui os melhores momentos da partida
Ficha de Jogo
Estádio Municipal de Braga.
SC Braga – FC Porto, 2-2.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores:
0-1, Sérgio Oliveira, 36 minutos (grande penalidade).
0-2, Taremi, 54.
1-2, Fransérgio, 87.
2-2, Gaitan, 90+4.
Equipas:
– SC Braga: Matheus, Esgaio, Tormena, David Carmo, Raul Silva (Borja, 59), Al Musrati, João Novais (Sporar, 59), Galeno (Gaitan, 69), Ricardo Horta, Fransérgio e Abel Ruiz (Piazon, 69).
(Suplentes: Tiago Sá, Zé Carlos, Rolando, Borja, André Horta, Piazon, Gaitan, Vítor e Sporar).
Treinador: Carlos Carvalhal.
– FC Porto: Marchesín, Wilson Manafá, Mbemba, Pepe, Malang Sarr, Uribe, Sérgio Oliveira, Luis Diaz (Zaidu, 75, Diogo Leite, 90+2), Corona, Marega e Taremi (João Mário, 85).
(Suplentes: Diogo Costa, Diogo Leite, Zaidu, Marko Grujic, João Mário, Fábio Vieira, Felipe Anderson, Evanilson e Toni Martinez).
Treinador: Sérgio Conceição.
Árbitro: Artur Soares Dias (Porto).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Corona (06 e 60), Uribe (18), Galeno (20), Tormena (34), David Carmo (59). Cartão amarelo para o treinador do FC Porto, Sérgio Conceição (23 e 90+5). Cartão vermelho por acumulação de cartões amarelos para Corona (60) e para Sérgio Conceição (90+5).
Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.