“A situação continua a ser grave” e António Costa não tem dúvidas: o confinamento é para continuar. Escolas continuam sem previsão de abertura.

Que ninguém tome os bons resultados como suficientes para aligeirar as medidas adotadas

António Costa anunciou esta quinta-feira que Portugal terá de manter o atual nível de confinamento “nos próximos 15 dias e durante o mês de março”.

No final da reunião de Conselho de Ministros, o chefe de Governo explicou que, apesar de as medidas restritivas de combate à transmissão da covid-19 estarem “a produzir resultados” – com o índice de transmissibilidade a situar-se, agora, nos 0,77 – o número de internados em Unidades de Cuidados Intensivos ainda é muito elevado.

Assim, acrescentou, “a situação continua a ser grave“, razão que levou o Governo a optar pela manutenção do confinamento. “Que ninguém tome os bons resultados como suficientes para aligeirar as medidas adotadas“.

Nesta fase da pandemia, António Costa identifica dois grandes riscos a ter em conta: a chegada de um número de vacinas inferior ao que se esperava inicialmente (4,4 milhões no primeiro trimestre) e a afirmação das novas variantes do vírus, já presentes em território nacional.

Ainda assim, quanto à vacinação, Costa fez questão de frisar que “não há nenhum atraso nacional“, reconhecendo até ter ficado “perplexo com os apelos no Parlamento para a aceleração do processo”. Quando o ritmo acelerar, a partir de abril, serão chamados a participar na campanha de vacinação entidades como as farmácias.

Questionado quanto à sugestão dos peritos de se estabelecer, por exemplo, um número mínimo de casos positivos a partir dos quais o confinamento se torna certo, o primeiro-ministro optou por dizer que a discussão pública da ciência pode “gerar confusão”.

O Governo quer que a comunidade científica chegue a um consenso sobre as medidas a adotar e já lhe pediu esse “trabalho de casa”, mas António Costa considera que a discussão entre os cientistas na praça pública é perigosa porque “gera, muitas vezes, confusão nas pessoas”.

É prematuro prever regresso às salas de aula

Quanto à previsão para o fim do confinamento, o chefe de Governo respondeu sempre da mesma forma: esta é a altura de o país se concentrar no cumprimento do confinamento e não de pensar no seu fim.