“É o nosso protesto contra uma censura grotesca da RUM a um programa de autor e de humor”, justifica a banda de Adolfo Luxúria Canibal.
Os músicos Miguel Pedro, Adolfo Luxúria Canibal e António Rafael proibiram a Rádio Universitária do Minho (RUM), de Braga, de reproduzir as suas obras, em protesto contra o que consideram a censura da estação a um programa de humor.
“É o nosso protesto contra uma censura grotesca da RUM a um programa de autor e de humor, que caricaturava algumas situações da vida da cidade e do concelho”, disse à Lusa o músico Miguel Pedro.
Miguel Pedro, Adolfo Macedo (mais conhecido pelo nome Adolfo Luxúria Canibal) e António Rafael integram os Mão Morta (os dois primeiros desde a fundação e Rafael desde 1990), estando também ligados a projetos como Mundo Cão, Estilhaços, Um Zero Amarelo, entre outros.
A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) já notificou a RUM de que se deve abster, “de imediato”, de utilizar as obras dos três músicos. A SPA lembra que os autores das obras “têm o direito exclusivo de as dispor, fruir e utilizar, ou autorizar a sua fruição ou utilização por terceiro”.
Na origem do protesto dos músicos está o facto de a RUM ter decidido cancelar o “Junta de Boys”, um programa que estava no ar desde 2018 e se propunha analisar “de forma divertida e criativa” a realidade de Braga e também “chamar a atenção para situações duvidosas”.
“Somos amigos dos autores do programa e não podíamos ficar calados com o que está a acontecer, uma censura verdadeiramente inadmissível”, disse ainda Miguel Pedro. Um dos autores do programa, Luís Tarroso Gomes, denunciou, na quarta-feira, na sua página de Facebook, o “episódio de censura” e manifestou surpresa por em causa estar “uma rádio de uma universidade pública”.
A Lusa contactou o administrador da RUM, Vasco Leão, que remeteu qualquer comentário para um comunicado a emitir oportunamente. A RUM é propriedade da Associação Académica da Universidade do Minho.
Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta, foi o convidado desta semana do Posto Emissor, o podcast semanal da BLITZ. O bracarense partilha todos os projetos que tem prontos a apresentar, mal o desconfinamento assim o permita, deixa críticas ao Ministério da Cultura e defende a urgência da criação do estatuto de trabalhador intermitente do espetáculo