A possibilidade foi avançada pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da ‘task force’ para o plano de vacinação contra a covid-19.

Em declarações durante o congresso da Ordem dos Médicos, em Coimbra, Henrique Gouveia e Melo adiantou que, ao que tudo indica, a Direção-Geral da Saúde pretende alargar a administração da vacina da Janssen [do grupo Johnson & Jonhson] a todas as faixas etárias do sexo masculino.

“Se tudo correr bem, se as vacinas previstas no plano chegarem a território nacional e com as boas notícias que vêm da DGS de abrir a vacina da Janssen [do grupo Johnson & Jonhson] a todas as faixas etárias do sexo masculino, o que nos permite aproveitar muitas mais vacinas, vai fazer com que o ritmo de vacinação se mantenha ou possa até ser acelerado”, disse Gouveia e Melo.

Esta vacina, de dose única, era apenas recomendada para maiores de 50 anos, mas “os novos dados mostram que o risco, que é muito baixo, de 1 em 1 milhão, estava mais concentrado no sexo feminino, abaixo dos 50 anos. O que se vai fazer é tirar a limitação ao sexo masculino”, explicou Gouveia e Melo.

Questionado pela agência Lusa, Henrique Gouveia e Melo referiu que as decisões deverão estar operacionalizadas dentro de “uma semana e meia”, pelo que vão a tempo, por ainda estar a decorrer a vacinação da população acima dos 50 anos e que não é afetada por essa limitação.

Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, já tinha assumido que a limitação da administração da vacina da Janssen contra a covid-19 apenas a pessoas com mais de 50 anos de idade podia “não ser definitiva”.

Durante a sua intervenção no Congresso da Ordem dos Médicos, em Coimbra, Henrique Gouveia e Melo reforçou que em junho o país deverá vacinar em média, todos os dias, cerca de 100 mil pessoas. “Se tudo correr bem, no início de agosto teremos 70% da população vacinada. No fim de agosto estaremos a vacinar pessoas de 20 anos e o processo estará praticamente na sua fase final”, acrescentou.

O plano de vacinação português inclui as quatro vacinas que já têm a autorização do regulador europeu (EMA): a Comirnaty da farmacêutica Pfizer, a Moderna, a Janssen do grupo Johnson & Johnson e a Vaxzevria, anteriormente designada de AstraZeneca.

As vacinas da Pfizer, Moderna e AstraZeneca obrigam à toma de duas doses, enquanto a da Janssen, a mais recente a chegar a Portugal, é administrada numa única dose.

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Todas as vacinas contra a covid-19 são disponibilizadas pelo Serviço Nacional de Saúde. A vacinação contra a covid-19 é voluntária.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.681.985 mortos no mundo, resultantes de mais de 171 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.025 pessoas dos 849.538 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.