Milhares de pessoas despediram-se este domingo, em Guimarães, de Neno, que faleceu na noite de quinta-feira, com uma enorme demonstração de afeto por uma figura “consensual” do futebol português, por vários considerado o “melhor” de todos.

Milhares de pessoas quiseram homenagear o antigo internacional português desde muito cedo do dia de domingo passando pela sala no D. Afonso Henriques, onde esteve o corpo de Neno em câmara ardente.

Pelas 16:30, quando a urna saiu para a igreja e percorreu algumas ruas de Guimarães, o ‘mar’ de pessoas era impressionante com muitos aplausos e gritos por Neno, muitas bandeiras e tochas ao longo do percurso.

Guimarães despede-se de Neno com aplausos e lágrimas. Veja as imagens

O presidente do Vitória de Guimarães, Miguel Pinto Lisboa, salientou ser “um dia de dor para o Vitória, para Guimarães e, de um modo geral, para todo o país”.

“A dimensão desta homenagem mostra a força do Neno, mas também do Vitória e da cidade. Queremos que essa força saia ainda mais reforçada e queremos seguir o que foi o legado do Neno, de força, união, genuidade e de alegria”, disse o presidente do vitoriano antes do início da marcha fúnebre.

Miguel Pinto Lisboa notou que, “apesar de ter nascido em Cabo Verde, Neno era um vimaranense e um vitoriano de coração”.

Ao longo dia, passaram pelo recinto vimaranense diversas figuras, como o vice-presidente do Benfica, Sílvio Cervan, antigos jogadores como Shéu, Valdo, Jorge Andrade, Oceano, Hélder Postiga, Dimas, Paulo Alves, Paulo Santos, e, do atual plantel vitoriano, André André, Rochinha, Ricardo Rocha, Helton Paulo Futre, André Almeida ou Bruno Varela.

A autarquia vimaranense decretou dois dias de luto municipal e, tal como o clube, estuda uma homenagem póstuma ao antigo guarda-redes.

O antigo internacional português foi brindado com muitas palmas pelas centenas de pessoas.

Adelino Augusto da Graça Barbosa Barros, natural da cidade da Praia, Cabo Verde, veio para Portugal com a família para o Barreiro e foi no clube dessa cidade, o Barreirense, que começou a carreira.

Aos 21 anos ‘saltou’ para o Benfica, clube no qual venceu três campeonatos e três Taças de Portugal. Passou depois pelo Vitória de Setúbal e Vitória de Guimarães, clube onde conquistou uma Supertaça e acabou a carreira, em 1999, tendo-se radicado naquela cidade minhota.

Foi treinador de guarda-redes de várias equipas técnicas vitorianas e, nas últimas épocas, dirigente do clube vimaranense. Ao serviço da seleção portuguesa fez nove encontros, entre 1989 e 1996.

O antigo internacional português Neno morreu na quinta-feira, aos 59 anos, vítima de doença súbita, no Dia de Portugal, 10 de junho. O antigo guarda-redes partiu, em casa, em Polveira, Guimarães, na sequência de um ataque cardíaco.

Bastaram seis minutos para que Neno sucumbisse à morte súbita. A notícia da morte de Neno apanhou todos de surpresa e foi avançada pelo Vitória de Guimarães, clube onde o guarda-redes jogou e foi dirigente.