Dois portugueses foram presos preventivamente, tendo os outros dois regressado a Portugal na segunda-feira.

A defesa dos quatro portugueses suspeitos de violação de duas mulheres em Gijón, norte de Espanha, vai sexta-feira apresentar recurso da prisão preventiva decretada para dois dos suspeitos, tendo os outros dois regressado a Portugal na segunda-feira, segundo o advogado.

A informação foi avançada à agência Lusa pelo advogado dos portugueses, Germán Inclán, que tem estado em contacto com os seus constituintes, detidos no centro penitenciário das Astúrias, após o juiz ter decretado a sua prisão preventiva, sem direito a fiança.

Os outros dois portugueses, que segundo o advogado residem na região de Braga, receberam uma ordem de libertação provisória, que Germán Inclán pretende ver aplicada aos clientes em prisão preventiva.

No sábado, a polícia espanhola anunciou ter detido quatro cidadãos portugueses por suposta violação múltipla e abusos sexuais a duas mulheres de 22 e 23 anos, numa pensão em Gijón, no norte do país.

As duas mulheres, uma asturiana e outra basca, queixaram-se de ter encontrado um homem num bar e que viajaram com ele para a pensão onde estava hospedado para um encontro sexual. No caminho, terão apanhado um segundo homem e, ao chegar à pensão, estavam lá outros dois. Todos eles terão obrigado as queixosas a manter relações sexuais.

Após a detenção dos portugueses, vários responsáveis políticos do Principado, desde o líder do governo regional, Adrián Barbón, à autarca de Gijón, Ana González, condenaram o caso e, na segunda-feira, dezenas de pessoas manifestaram-se na Praça do Município, empunhando cartazes onde se poderia ler “Contra a violência sobre as mulheres” ou “Pela justiça, basta já”.

Segundo Germán Inclán, os suspeitos, que terão menos de 30 anos e, em Portugal, têm “um emprego estável que poderão perder se continuarem a faltar”, insistem na sua inocência e que as relações sexuais terão sido consentidas.

O causídico acrescentou que, no caso de a libertação provisória ser atribuída aos suspeitos detidos, estes deverão regressar a Portugal, onde já se encontram os outros dois, e nesse país aguardar o desenvolvimento do processo.