Um grande golo perto do fim de Yusupha deu hoje ao Boavista um empate 2-2 em casa do SC Braga, na oitava jornada da I Liga de futebol, num jogo em que as duas equipas estiveram em vantagem.

Musa colocou o Boavista a ganhar, aos 12 minutos, mas Iuri Medeiros empatou, aos 25. Ricardo Horta, aos 52 minutos, fez a reviravolta no marcador, mas Yusupha, com um grande golo, aos 89, estabeleceu o empate final.

O resultado penaliza os bracarenses, que jogaram melhor e criaram mais ocasiões, mas não ‘mataram’ a partida, e o Boavista, que quase desapareceu ofensivamente na segunda parte, acreditou nos últimos minutos e aproveitou uma ‘cratera’ na defesa bracarense e o ‘tiro’ do avançado gambiano de fora da área fez o resto.

O Braga somou o segundo empate seguido no campeonato (só uma vitória nas últimas cinco rondas) e o Boavista também, sendo que é o quinto jogo seguido na I Liga sem ganhar.

A equipa de Carlos Carvalhal entrou forte e deixou avisos por Diogo Leite (11 minutos) e Iuri Medeiros, mas, no minuto seguinte, contra a ‘corrente do jogo’, Musa aproveitou uma má abordagem de Tormena no coração da área e inaugurou o marcador para o Boavista (12).

Iuri Medeiros semeava o perigo pela direita e o empate chegou aos 25 minutos, agora com Iuri Medeiros a finalizar, após assistência de Galeno, isolado por um grande passe de Al Musrati.

A segunda parte abriu com o Boavista a desperdiçar uma boa ocasião – Marcelo Djaló atirou por cima, em excelente posição (50 minutos) -, mas foi o Braga a operar a reviravolta, com Ricardo Horta a dar a melhor sequência, com um remate cruzado, a um grande passe de Yan Couto (52).

Sequeira saiu lesionado pouco depois (entrou Moura), já depois de João Pedro Sousa ter refrescado o lado esquerdo da defesa, com Hamache e Tomás Reymão.

Os bracarenses controlavam a partida, mas não a ‘mataram’, e Mario González teve oportunidade para isso, aos 58 minutos, mas atirou para defesa fácil do guardião iraniano.

O Boavista foi acreditando aos poucos, Pedro Malheiro avisou com um remate com algum perigo (87 minutos) e, logo a seguir, Yusuhpha, com um grande remate de fora da área, após um ‘buraco’ na defesa minhota, fez o empate que ‘gelou’ as hostes da casa e fez vibrar as cerca de três centenas de adeptos boavisteiros.

Declarações de Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o empate (2-2) frente ao Boavista no jogo de encerramento da 8.ª jornada:

«Creio que será unânime dizer que fizemos muito para ganhar. Soubemos desmontar o adversário, na primeira vez e meia que chega à nossa baliza cometemos um erro e ficámos a perder. Não nos perturbámos, conseguimos criar oportunidades, fizemos 1-1 e 2-1. O jogo entra numa toada em que o adversário não arrisca, podíamos ter acabado com o jogo, que estava controlado, e num lançamento para a frente há um ressalto, aparece um segundo jogador e faz o 2-2. Acho que fizemos um bom jogo, aproximado da qualidade de jogo do ano passado. Temos de ser mais letais na finalização e não cometer erros. Se ficasse 2-1 diria que merecemos ganhar, que fizemos uma boa exibição. Tenho e retificar os erros individuais dos meus jogadores, tenho de os colmatar. Estamos em evolução a jogar melhor, hoje fomos manifestamente infelizes».

[Sabor amargo?] «Obviamente que sim. É inacreditável como não se ganha o jogo. Tínhamos de fazer o 3-1 e o jogo estava sentenciado. Fico triste pelos jogadores, fizeram muito resultado, tiveram de fazer muito para abrir uma estrutura de onze jogadores muito juntos. A eficácia não foi a melhor e fomos traídos por erros defensivos. Temos de retificar. Temos de marcar três ou quatro golos das cinco ou seis oportunidades criadas».

[Paragem?] «Preferia jogar já quarta ou quinta-feira. A paragem serve para equilibrar esforços, jogadores que vieram mais tarde, outros a vir de lesões. Há gente a precisar de ritmo competitivo, vamos aproveitar para fazer isso nestas semanas»

Declarações de João Pedro Sousa, treinador do Boavista, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o empate (2-2) frente ao Sp. Braga no jogo de encerramento da 8.ª jornada:

«Sabe bem sempre levar pontos, seja onde for, mas é ainda melhor ganhar. Sabíamos bem as dificuldades que íamos encontrar, mas vínhamos cá para ganhar. Entrámos bem no jogo, organizados, isso foi um fator determinante para conseguir um resultado que consideramos positivo. Passamos alguns problemas com a reação do Braga, mas ficamos sempre equilibrados e tivemos sempre no jogo, o que nos levou a conseguir o golo do empate no final».

[Estratégia passava por marcar cedo aproveitando o facto de o Sp. Braga ter jogado para a Liga Europa a meio da semana?] «Infelizmente, mesmo que o quiséssemos fazer, não estávamos em condições para isso. Estamos a passar um período muito complexo, desde o início da época, por várias razões. Neste caso a nível de lesões não nos permite ter jogadores a treinar, dar sequência de jogos a jogadores. Estamos com muitas dificuldades que no treino quer na competição. Esta paragem vai ser muito importante para nós. Temos muito trabalho pela frente. Numa situação normal seria esse o plano. Sendo realista, percebendo a realidade, estivemos sempre organizados à espera de uma oportunidade de marcar».

Ficha de Jogo

Estádio Municipal de Braga.

SC Braga – Boavista, 2-2.

Ao intervalo: 1-1.

Marcadores:

0-1, Musa, 12 minutos.

1-1, Iuri Medeiros, 25.

2-1, Ricardo Horta, 52.

2-2, Yusupha, 89.

Equipas:

– SC Braga: Matheus, Tormena, Diogo Leite, Sequeira (Moura, 61), Yan Couto, Castro (Chiquinho, 70), Al Musrati, Galeno, Iuri Medeiros (Piazon, 83), Ricardo Horta (Lucas Mineiro, 83) e Mario González (Abel Ruiz, 70).

(Suplentes: Tiago Sá, Fabiano, Paulo Oliveira, Moura, André Horta, Lucas Mineiro, Piazon, Chiquinho e Abel Ruiz).

Treinador: Carlos Carvalhal.

– Boavista: Alireza Beiranvand, Tiago Illori, Porozo, Marcelo Djaló (Hamache, 55), Nathan Santos (Pedro Malheiro, 82), Vukotic (Sebastián Perez, 71), Makouta (Gorré, 82), Filipe Ferreira (Tomás Reymão, 55), Gustavo Sauer, Yusupha e Musa.

(Suplentes: Bracali, Guito, Hamache, Tomás Reymão, Sebastián Perez, Pedro Malheiro, Tiago Morais, Manuel Namora e Gorré).

Treinador: Pako Ayestarán.

Árbitro: Luís Godinho (Évora).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Sebastián Perez (39), Vukotic (43), Al Musrati (49), Sequeira (61), Porozo (66), Yusupha (90), Musa (90+7), Gorré (90+7).

Assistência: 7.058 espetadores.