Acordo surge para contornar possível ausência de testes aos alunos, excluídos da testagem à comunidade escolar, revelou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
As escolas vão fazer acordos com as farmácias locais para realizar testes de despistagem à covid-19 aos seus alunos, revelou hoje o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
“Vamos celebrar um protocolo com a Associação Nacional das Farmácias (ANF), que vai permitir que os nossos alunos possam ser todos testados a custo zero para as famílias e para as escolas”, revelou à Lusa o presidente da ANDAEP, Filinto Lima, no final da reunião ‘online’ que se realizou hoje de manhã entre as duas entidades.
A informação sobre o acordo deverá chegar na segunda-feira aos associados da ANDAEP e caberá a cada escola definir a forma como pretende fazer a campanha de despistagem aos seus alunos.
“Podem fazer os testes nas farmácias ou nas escolas”, explicou Filinto Lima, lembrando que atualmente todas as pessoas têm direito a quatro testes gratuitos mensais e “há que rentabilizar essa oportunidade”.
O acordo surgiu como forma de “contornar a previsível ausência de testes aos nossos alunos”, acrescentou Filinto Lima, referindo-se à campanha de testagem à comunidade escolar que começou esta semana mas deixou os alunos de fora.
Na segunda-feira, dia em que recomeçaram as aulas depois das férias de Natal, professores e pessoal não docente começaram a ser testados nas escolas de todo o país. Por decisão da Direção-Geral da Saúde, a campanha de vacinação abrange apenas os cerca de 220 mil docentes e não docentes.
No arranque do ano letivo, em setembro, um parecer da DGS estabeleceu que seriam rastreados professores, pessoal não operacional e alunos do 3.º ciclo e secundário.
Os primeiros a realizar os testes foram o pessoal docente e não docente de todos os anos de escolaridade (do Pré-Escolar ao 12.º ano), e mais tarde os alunos do 3.º ciclo do ensino básico e os do ensino secundário, tal como tinha acontecido também no ano letivo anterior.
“Percebe-se que no arranque do 2.º período estão a ser testados professores e funcionários, mas não há nenhuma indicação de que os alunos possam ser testados”, disse Filinto Lima.
A Lusa questionou a Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a razão de a campanha abranger apenas professores e restantes funcionários e se estava em cima da mesa a hipótese de, em breve, começar a testagem de alunos, mas não obteve qualquer resposta.
Segundo Filinto Lima, professores e funcionários estão a aderir à campanha de testagem iniciada na segunda-feira, mesmo os que já receberam a dose de reforço da vacina.
“O grosso dos professores e funcionários já foi vacinado com a dose de reforço e mesmo assim está a recorrer à testagem. Na minha escola, por exemplo, tive uma forte adesão porque a testagem dá mais segurança”, disse o também diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia.
“A vacina não é obrigatória, assim como os testes não são obrigatórios. Neste momento, as escolas têm alunos, professores e funcionários que estão vacinados e outros não. Tal como uns foram testados e outros não”.
Na segunda-feira, quando recomeçaram as aulas depois de uma semana de paragem devido á situação pandémica, também o ministro da Educação lembrou que as farmácias dispõem de quatro testes gratuitos por mês.
“Dessa articulação podem também os pais, as escolas e as autarquias fazerem parcerias com as farmácias, para aumentarem a testagem.”, afirmou Tiago Brandão Rodrigues durante a visita a uma escola.