O Presidente da Ucrânia apelou hoje aos Estados Unidos para que “parem o agressor” russo “rapidamente”, numa conversa com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden.
Acabei de falar com o presidente americano (…). Devemos parar o agressor o mais rapidamente”, escreveu Volodymyr Zelensky no Twitter, no final da conversa, que decorreu no sexto dia da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Durante a conversa, os dois presidentes falaram, nomeadamente, das sanções ocidentais contra a Rússia e da ajuda fornecida pelos Estados Unidos e outros países à Ucrânia em matéria de defesa, acrescentou.
A conversa telefónica acontece no momento em que a Ucrânia enfrenta uma ofensiva militar de envergadura desencadeada pela Rússia, que intensificou o assalto à capital ucraniana, Kiev, e à segunda cidade do país, Kharkiv, no Leste.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev.
A ONU deu conta de um milhão deslocados dentro da Ucrânia e mais de 660.000 refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O Presidente da Ucrânia disse hoje ter recebido “alguns sinais” da Rússia, nas negociações entre representantes dos dois países, mas ainda não o resultado pretendido.
“A Rússia expressou as suas exigências e nós as nossas exigências para acabar com a guerra. Recebemos alguns sinais. Quando a delegação retornar a Kiev, analisaremos o que ouvimos e depois decidiremos como passar para a segunda ronda”, disse Volodymyr Zelensky.
O chefe de Estado ucraniano sublinhou que, apesar do apelo de Kiev para um cessar-fogo imediato, as hostilidades na Ucrânia não cessaram, enquanto os negociadores se encontravam na fronteira ucraniana-bielorrussa.
“Acho que a Rússia quer pressionar com esse método pouco astuto, mas não vale a pena perder tempo, essa tática não funciona connosco”, avisou.
As delegações ucraniana e russa terminaram na segunda-feira as primeiras conversações, realizadas na Bielorrússia, e admitiram um novo encontro “em breve”.
“As partes estabeleceram uma série de prioridades e questões que requerem determinadas decisões” antes de uma segunda ronda de conversações, disse um dos negociadores ucranianos Mikhail Podoliak, citado pela agência de notícias France Presse.
Do lado russo, Vladimir Medinsky disse que o novo encontro terá lugar “em breve” na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia.