Independentemente do atraso do parecer da PGR, Presidente da Câmara de Braga critica Governo por não assumir que cenários estão em cima da mesa. “Podíamos ir adiantando trabalho”, diz Presidente da Câmara de Braga.
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, critica o Governo por não ter dado ainda indicações aos municípios sobre que cenários estão em cima da mesa para lidar com a situação dos eleitores que estão em isolamento devido à Covid-19, nestas eleições legislativas de 30 de janeiro.
Em declarações à Rádio Observador, Ricardo Rio afirmou que o atraso do parecer da Procuradoria-Geral da República não pode servir de desculpa. “Não se compreende”, afirmou o autarca. “Mesmo que o cenário concreto esteja condicionado por este parecer, julgo que devia ter ficado já claro” quais são as hipóteses em cima da mesa. “Podíamos ir adiantando o trabalho para cada um dos cenários.”
O presidente do executivo municipal de Braga diz que neste momento as autarquias não sabem sequer que opções estão em cima da mesa. Especula que podem ser “um local segregado” para os eleitores isolados votarem, um “horário específico” de votação para esses eleitores ou a “recolha de votos ao domicílio”. Mas, “face à variedade de cenários, não dá propriamente para avançar muito nesse trabalho preparatório”, afirma. Apesar disso, Ricardo Rio garante que a Câmara de Braga conseguirá dar resposta: “Estaremos à altura e conseguiremos mobilizar os recursos”, garantiu.
Relativamente ao voto antecipado em mobilidade, o autarca afirma que o processo irá decorrer “com toda a tranquilidade”. “Aqui está um exemplo de que, com tempo, criámos as condições para ter um processo seguro”, diz. Segundo o presidente da Câmara, mais de três mil pessoas inscreveram-se para votar antecipadamente em Braga logo nos primeiros dois dias. Como resposta, a autarquia irá disponibilizar o “triplo do número de mesas” habitual, bem como uma bolsa de delegados “para o caso do número de inscrições ultrapassar o estimado”.
Também o presidente da Associação Nacional de Freguesias apelou à urgência da entrega do parecer da Procuradoria-Geral da República sobre o voto dos infetados por Covid-19.
Em entrevista à Rádio Observador, Jorge Veloso pede mesmo que essa conclusão seja entregue ainda na manhã desta quarta-feira. O representante das autarquias considera que “cada dia que passa pode agravar o desenrolar do ato (eleitoral) dos infetados”
No entanto, o presidente da ANAFRE garante que os preparativos já começaram. Jorge Veloso falou de medidas aplicadas durante as eleições presidenciais de 2021 e referiu que “vão ser distribuídas máscaras, vai ser distribuído álcool gel, há pessoal já destacado para proceder à desinfeção” dos locais de voto.