A Confraria do Bom Jesus do Monte, em Braga, assinalou o Dia Mundial da Árvore, através da “acção simbólica” da plantação de 100 árvores de espécies autóctones: 50 carvalhos, 20 medronheiros, 15 sobreiros e 15 azevinhos.

A plantação das espécies autóctones, que ocorreu nas clareiras criadas pelo controlo de infestantes como as mimosas e austrálias, enquadra-se no protocolo ‘Cuidar, Proteger e Valorizar a Coroa de Braga’, assinado em Setembro passado entre a Confraria do Bom Jesus do Monte, a Confraria de Nossa Senhora do Sameiro, o Conselho Económico de Esporões e a Irmandade de Santa Maria Madalena do Monte, que “assumem uma colaboração para promover uma efectiva conversão ecológica e sugerir caminhos de actuação concreta com vista a uma ecologia integral, para a nossa Arquidiocese, através deste protocolo de cooperação”.

O protocolo resulta da Plataforma de Acção Laudato Si, onde o Papa Francisco, preocupado que com a necessidade urgente de ‘Cuidar da Casa Comum’, convida a uma “conversão ecológica”.

Esta actividade insere-se no ponto 1 do protocolo, ‘Para Responder ao Clamor da Terra, proteger a nossa casa comum para o bem de todos, abordando equitativamente a crise climática, a perda de biodiversidade e a sustentabilidade ecológica’, onde está evidente o compromisso de proteger a biodiversidade, plantando árvores autóctones, optando pela plantação de espécies nativas nos jardins e removendo espécies invasoras.

A Confraria do Bom Jesus do Monte dá, assim, cumprimento ao estabelecido na Plataforma Laudato Si, onde está inscrita desde Setembro de 2021.

O presidente da Confraria, cónego Mário Martins, refere que “dando cumprimento às palavras do Papa Francisco, assumimos um compromisso de cuidar, proteger e valorizar os recursos naturais. As árvores nunca são demais e este Santuário é um exemplo vivo e real disso mesmo. Por essa razão é que o Bom Jesus é conhecido como o pulmão de Braga. Os seus 26 hectares de mata e de paisagem cultural preservam uma biodiversidade e uma riqueza natural única, que queremos manter e renovar todos os anos, dando sempre prioridade às nossas espécies autóctones”.

O cónego sublinhou ainda que “devemos alertar para os riscos que a nossa floresta corre, nomeadamente a infestação por espécies invasoras (austrálias, mimosas), principalmente pela falta de controle e limpeza das áreas contiguas à nossa mata. Nunca será demais relembrar a necessidade destas limpezas, para minimizar o risco de incêndios e melhorar o equilíbrio dos ecossistemas”.

“A Confraria do Bom Jesus continuará com uma actuação sustentável, um verdadeiro eixo estratégico na gestão desta estância. A dimensão ambiental do Santuário é uma prioridade, uma grande referência para a sustentabilidade que nos ocupa e preocupa, uma preocupação da Igreja, mas que também deve ser de toda a sociedade”, rematou.