Marques Mendes considerou uma eventual saída de António Costa em 2024 para a liderança europeia e elogiou a paridade no novo governo, pese embora algumas críticas a certas caras escolhidas.

social-democrata e comentador político Luís Marques Mendes considerou a composição do Governo “melhor que o anterior”, mas afirma que “esperava-se mais ambição de um Governo de maioria absoluta”.https://11cd1b8fd6b460ea5721ef52c07e3cae.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

No seu habitual espaço de comentário na SIC aos domingos à noite, o comentador sugeriu uma crise política em 2024, acreditando que haverá em julho desse ano “um caso político em Portugal”, fruto de uma possível saída de Costa.

Aludindo à escolha de novos dirigentes na Europa, nomeadamente nas presidências do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, Marques Mendes afirmou que “é claramente sabido que António Costa gostaria de ser presidente do Conselho Europeu, já foi convidado para esse lugar em 2019”.

“Neste momento tem melhores condições, mais prestígio, está bem visto em Bruxelas e daqui a dois anos e meio pode ser escolhido para a função”, afirmou, ficando na dúvida se o Presidente da República convoca novas eleições ou surge uma sucessão à semelhança da saída de Durão Barroso.

Governo “pouco ambicioso”, mas com a cartada Vieira da Silva

O antigo líder do PSD elogiou a paridade no governo e a existência de uma “número 2 clara e assumida”, na pessoa de Mariana Vieira da Silva, a quem fez rasgados elogios por ter poder dentro do Governo, a par do futuro ministro das Finanças, Fernando Medina.

Marques Mendes considera também que este Governo é composto por “fiéis de António Costa”. “À volta do próximo Conselho de Ministros, só vejo um ministro que pode divergir do primeiro-ministro, que é Pedro Nuno Santos”, afirmou.

Pode ver aqui os 17 ministros e 38 secretários de Estado que compõe o novo governo socialista

Destacando três surpresas na Defesa, Cultura e Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, o social-democrata afirmou que as forças armadas “só podem receber” bem Helena Carreiras, não pensando sequer em problemas de género.

“Porque é que haveriam de receber mal? Não vejo mal nenhum em ser uma mulher, para mim é muito mais importante ser competente. Era o que faltava levantarem-se questões por ser uma mulher”, rematou.

Sobre Pedro Adão e Silva, que saiu do cargo de coordenador das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril para o cargo de ministro da Cultura, o conselheiro de Estado criticou, acima de tudo, “o momento escolhido”.

“Não acho um bom principio que Pedro Adão e Silva tenha sido nomeado há menos de um ano, ainda por cima com grande polémica, e menos de um ano depois saia desse cargo tão importante. Legitima a ida dele para o Governo do partido socialista, legitima as críticas feitas à sua independência e acho que o primeiro-ministro não o devia ter convidado”, considerou Marques Mendes.

Entre críticas também à nova ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, e receios em relação a António Costa Silva para a pasta da Economia, Marques Mendes também vê com afronta a “má decisão” de Pedro Siza Vieira sair do Governo.

A saída de Pedro Siza Vieira é má decisão para o Governo e para o país, e é injusto para ele, porque acho que estava a fazer um bom trabalho”.

O comentador político, no geral, aponta para um executivo “muito de Lisboa e pouco do país”, que “precisava de uma grande figura do Norte, designadamente ligada à economia”; e vê nos rostos escolhidos pouca vontade para fazer reformas.

“Vai ser um governo para fazer reformas ou para fazer mais do mesmo e caminharmos cada vez mais para a cauda da Europa. Não vejo ministros com grande espírito reformista”, lamentou.