O megaprojeto do Nó de Infias terá um custo de 6 milhões de Euros.
O projecto de reorganização viária do Nó de Infias e da rede envolvente, prevê a redução de 98% do tráfego automóvel, menos 4 km de filas de trânsito, mais segurança, menos ruído e 95% de fluidez das horas de ponta. O projecto, elaborado pelo Município de Braga e pela Infraestruturas de Portugal (IP), prevê um investimento de cerca de 6 milhões de euros para resolver um dos mais problemáticos sistemas rodoviários do Concelho de Braga.
A apresentação pública desta nova solução decorreu esta Terça-feira, 5 de Abril, no Teatro da Escola Sá de Miranda, com a presença de Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, da vereadora da mobilidade, Olga Pereira, e de João Campos, coordenador de projectos da Betar, empresa responsável pelo desenvolvimento desta proposta de intervenção.
O projecto, que deverá ser lançado a concurso no último trimestre deste ano, consiste em permitir uma ligação directa e sem conflitos para os movimentos Norte/Este e Oeste/Norte, através da execução de um viaduto bidireccional com cerca de 220m de extensão e 12m de largura. Paralelamente, serão reformuladas as ligações Sul/Norte e Este/Sul, de modo a minimizar as interferências entre correntes de tráfego. Desta forma, os movimentos principais passam a efectuar-se praticamente sem constrangimentos, o que permitirá também uma melhoria dos movimentos secundários, que deixam de ter os fluxos de tráfego principais a prejudicá-los.
“Esta é uma das intervenções mais ansiadas pelos Bracarenses e pelos residentes em concelhos limítrofes devido à enorme afluência de muitas vias estruturantes de ligação inter-regional e nacional, o que acarreta actualmente muitos problemas no trânsito local. Esta é uma solução duradoura, eficaz e com o mínimo de custos possível tendo em conta outras alternativas substancialmente mais onerosas e mais difíceis de concretizar tendo em vista a sua implementação no terreno”, referiu Ricardo Rio, lembrando que esta solução resulta da parceria estabelecida entre o Município e a IP através de um protocolo de colaboração assinado em 2019, o qual definiu a repartição dos custos (400 mil euros) para a elaboração do projecto.
A intervenção proposta fará com que a actual rotunda desnivelada deixe de funcionar como tal, no seu quadrante sul, o que limitará o acesso a nascente para o tráfego proveniente do Lugar de Cabanas, que não poderá aceder ao futuro viaduto. Para contornar esta limitação, será criado um pequeno acesso à EN101, próximo das actuais instalações da ‘Volvo’.
Destacando o “trabalho notável” da Betar que “encontrou uma solução que cumpre integralmente com os objectivos delineados”, o Autarca adiantou que o começo das obras está previsto para o início de 2023, com o prazo de execução a ser de aproximadamente de um ano. “Esta solução foi pensada de forma a minimizar o impacto na vida da Cidade, uma vez que a sua execução não terá grande interferência na fluidez trânsito porque permite manter a operação do actual Nó durante a construção”, enalteceu Ricardo Rio.
Projecto prevê redução muito significativa dos atrasos nas horas de ponta
De acordo com o Estudo de Tráfego e com a microssimulação efectuada, as condições de funcionamento do Nó de Infias no ano horizonte de 2043 serão muito satisfatórias, prevendo-se uma redução muito significativa dos atrasos relativamente à situação actual, assim como uma importante redução dos consumos de combustível e emissões de CO2. O atraso total (soma do atraso de cada um dos condutores), de todos os veículos que circulam nas vias envolvidas, passará de cerca de 374h em 2021, para cerca de 76h em 2043, na hora de ponta da manhã, e de 507h (2021) para 27h (2043), na hora de ponta da tarde.
“São melhorias muito significativas que permitem afirmar que esta é uma solução com futuro, no entanto, todos sabemos que esta não é uma solução mágica para todos os problemas de trânsito na Cidade de Braga. Por isso, temos em perspectiva uma intervenção fundamental que é o prolongamento da Variante do Cávado com a ligação de Frossos a Ferreiros. Esse projecto está já adjudicado apenas aguarda os documentos finais para celebrarmos o respectivo contrato”, explicou Ricardo Rio, adiantando que esse projecto tem um custo de 310 mil euros suportados exclusivamente pelo Município e que a empresa terá um prazo de 9 meses após a celebração do contrato para apresentar a solução.
Actualmente, e de acordo com o Estudo de Tráfego, o Nó de Infias regista um número de veículos diários de 110 mil veículos, assegurando a interligação entre a EN101 e a EN14 (Av. António Macedo), captando os fluxos de tráfego com origem/destino nos concelhos a Norte de Braga, com destaque para Vila Verde e Amares, distribuindo-os através da Av. António Macedo e directamente para o Centro de Braga. A actual situação não tem capacidade suficiente para escoar os elevados volumes de tráfego, formando-se grandes congestionamentos na EN101, tanto a norte do Nó, como no trecho a Sul, que liga a Rotunda de Infias ao Nó de Infias.
“Por tudo isto, este é um momento muito importante de um caminho que estamos a percorrer e que vai sendo complementado com outras intervenção e projectos de mobilidade urbana que estamos a implementar tendo em vista o futuro da Cidade e em benefício de todos os Bracarenses”, concluiu Ricardo Rio.