A linhagem BA.5 da variante Ómicron já é responsável por 37% dos casos de infeção em Portugal, uma tendência de crescimento que deve chegar aos 80% a 22 de maio, estima o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

“Projeta-se que a linhagem BA.5 possa atingir uma frequência relativa de cerca de 80% ao dia 22 de maio, assumindo uma tendência de crescimento relativo de 13% por dia e um tempo de duplicação de cerca de seis dias”, adianta o relatório sobre a diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já admitiu que essa linhagem, que apresenta várias características genéticas consideradas de interesse pelos especialistas, caso de mutações com impacto na entrada do coronavírus nas células, pode ser mais transmissível do que a BA.2, mas ressalvou que ainda não existem dados que comprovem que provoca covid-19 mais grave.

De acordo com o INSA, a BA.5 duplicou a sua frequência entre as semanas de 11 e 17 de abril e 18 e 24 de abril, estimando que represente “37% dos casos positivos ao dia 8 de maio”.

O último relatório do grupo de trabalho do Instituto Superior Técnico sobre a evolução da pandemia, divulgado terça-feira pela Lusa, alerta que as novas linhagens da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, em conjugação com a eliminação da obrigatoriedade do uso generalizado de máscara, podem estar a contribuir para o aumento do número de casos.

De acordo com o documento, a incidência média a sete dias aumentou de 8.763 para 14.267 casos desde 19 de abril, o que se deve “à retirada abrupta do uso de máscara em quase todos os contextos e à nova linhagem BA.5 da variante Ómicron que começa a instalar-se” no país.

Quanto à BA.2, que foi detetada pela primeira vez em Portugal no final de 2021 e que passou a ser a dominante na última semana de fevereiro deste ano, apresenta uma prevalência decrescente, representando agora 62,9% das amostras analisadas pelo INSA.

Foram também identificadas pela primeira vez no país sequências da BA.2.12.1, associada a dois casos detetados nas regiões Centro e Lisboa e Vale do Tejo, uma sublinhagem que “tem suscitado interesse internacional” e que tem apresentado um considerável aumento de circulação em alguns países, caso dos Estados Unidos da América, refere o relatório, que avança ainda que, até à data, não foi detetado qualquer caso BA.4 em Portugal.