A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, anunciou esta segunda-feira que a Suécia solicitará formalmente a adesão à NATO, após uma reunião extraordinária do seu governo e um debate parlamentar.

“O governo decidiu que a Suécia deve aderir à NATO”, disse Andersson em conferência de imprensa sobre uma decisão que conta com o apoio das principais forças políticas suecas e que se justificou pelo agravamento da segurança causado pela guerra na Ucrânia.

A responsável acrescentou: “Estamos a sair de uma era e a entrar numa nova”, referiu em referência à política de não-alinhamento mantida pela Suécia desde as Guerras Napoleónicas, do século XIX.

Já esta manhã, em declarações no Parlamento, Andersson disse que a Suécia “precisa de garantias formais de segurança que venham com a adesão à NATO”, considerando que o país “pode ser mais bem defendido no seio da aliança”.

A chefe do Governo reconheceu que “não é uma decisão que se tome facilmente” e representa uma “mudança histórica” na abordagem da política de segurança da Suécia.

Isto acontece um dia depois de a Finlândia também ter anunciado oficialmente a intenção de avançar para a candidatura à NATO, no domingo. “Este é um dia histórico. Uma nova era começou”, disse o Presidente finlandês, Sauli Niinistö, numa conferência de imprensa conjunta com a primeira-ministra, Sanna Marin.

A inversão na histórica posição de não alinhamento dos dois países escandinavos surge na sequência da invasão da Ucrânia por Moscovo em 24 de fevereiro, que fez mudar a opinião pública e política na Finlândia e na Suécia.

Ambos têm estado fora de alianças militares há décadas. Oficialmente neutras durante a Guerra Fria, a Suécia e a Finlândia permaneceram fora da NATO após a queda da União Soviética (URSS), mas têm mantido alguma proximidade com a Aliança Atlântica desde a década de 1990.

Os dois países são membros da “Parceria para a Paz” da NATO e participam regularmente em exercícios militares conjuntos.

O secretário-geral da NATO, o norueguês Jens Stoltenberg, disse que os dois países são as duas nações não-membros mais próximas da Aliança e que seriam recebidos “de braços abertos” se apresentassem as suas candidaturas.

Contudo, a Rússia já alertou várias vezes nas últimas semanas contra as “consequências políticas e militares” de uma candidatura finlandesa e sueca à NATO.

Ainda na quinta-feira, a Rússia disse que um conflito direto com a NATO pode desencadear uma guerra nuclear. No entanto, a ação militar parece improvável, num momento em que as forças russas mal avançam na Ucrânia.