Fernanda Barros sofria de diversas patologias, inclusive insuficiência cardíaca e obesidade mórbida.
Um professora de 51 anos que sofria de várias patologias morreu, na quarta-feira, em Chaves, na sequência de problemas cardíacos, depois de lhe ter sido recusada a Mobilidade por Doença. O caso de Fernanda Barros é o segundo a ser divulgado em menos de um mês.
De acordo com a Associação Portuguesa de Professores em Mobilidade por Doença (APPMPD), a docente teve de regressar ao agrupamento de Castelo de Paiva, onde era efetiva, por não ter vaga em Chaves. Durante um mês ainda deu aulas, apesar das dificuldades, recusando colocar baixa. Só que, ao início desta quarta-feira, acabou por morrer.
“O seu coração não aguentou… Hoje [quarta-feira] à 1h da manhã… descansou! […] A Fernanda, a Josefa, todos os que neste momento sofrem, merecem que levemos esta luta até ao fim”, escreveu a presidente da APPMPD, Joana Leite, na página de Facebook da associação.
Nessa mesma partilha, são muitos os professores que recordam Fernanda com saudade. “Uma maravilhosa colega e profissional. Sofreste em silêncio. O teu pedido não foi atendido”, lê-se num dos muitos comentários à publicação.
Também vários alunos não deixaram passar a trágica notícia e partilharam memórias da professora de Educação Visual e Tecnológica no Facebook. “Há pessoas que nos marcam a vida e ficam a fazer parte dela. Sim, foi uma delas. Nunca esquecerei os momentos que passámos juntas, o que me ensinou e o tanto que nos divertimos. Nunca me vou esquecer de si, professora Fernanda Barros. Descanse em paz”, escreveu uma estudante nas redes sociais.
Segundo a Rádio de Montalegre, Fernanda Barros tinha 66% de incapacidade, de acordo com o atestado multiusos. Mesmo assim, perdeu o direito a mobilidade por doença nas colocações deste ano letivo.
As cerimónias fúnebres realizam-se na sexta-feira, às 10h30, na Igreja Matriz de Chaves.
Recorde-se que Fernanda é a segunda professora que morre, em menos de um mês, depois de ter sido recusada a mobilidade por doença. No final de setembro, Josefa Marques, também de 51 anos, morreu depois de ser colocada a mais de 200 quilómetros de casa, apesar de sofrer de uma doença oncológica.