Bracarenses derrotaram o rival Vitória SC por 3-2 num jogo de loucos. Vimaranenses a marcarem a primeira parte, mas os guerreiros, em apenas cinco minutos, deram a reviravolta no marcador.
O SC Braga apurou-se, esta quarta-feira, para os quartos de final da Taça de Portugal de futebol, ao vencer em casa o Vitória de Guimarães, por 3-2, com uma reviravolta em cinco minutos.
Apaixonante, incrível, entusiasmente, revigorante. Enfim, mil e um adjetivos podiam descrever um dos Clássicos minhotos mais apaixonantes das últimas décadas.
Os vimaranenses cedo começaram a demolir a Pedreira, com Jota Silva a adiantar o emblema do rei Jota Silva (16 minutos) e na última jogada da etapa inicial, Anderson Silva (45+6) deram vantagem aos vimaranenses, Numa segunda parte mais equilibrada, os arsenalistas carregaram no acelerador e na reta final promoveram uma remontada épica, marcando três golos em apenas cinco minutos com golos de Abel Ruiz (80 e 85) e Vitinha (82).
O Sporting de Braga, vencedor da Taça em 1965/66, 2015/16 e 2020/21), vai defrontar nos quartos de final o Benfica, que na terça-feira venceu o Varzim, da Liga 3, por 2-0.
Declarações de Artur Jorge, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o triunfo (3-2) frente ao Vitória de Guimarães em jogo dos oitavos-de-final da Taça de Portugal:
[Mensagem ao intervalo] «A mensagem fica para nós. Foi também de confiança, de acreditar e, acima de tudo, de podermos fazer mais do que na primeira parte. Não entrámos bem, tivemos minutos com pouca velocidade, a perder muitos duelos, a a errar muitos passes e, dessa forma, tivemos dificuldades. Sofremos o primeiro golo, tentámos reagir, mas aquilo que é o nosso motor principal não estava a funcionar. Numa transição, que sabíamos que era a principal arma do Guimarães, fazia parte da estratégia deles ter essa velocidade, sofremos o segundo golo. A segunda parte vale pela alma que os meus jogadores puseram em jogo, com uma crença enorme e com qualidade, que nos permitiu reverter o resultado, trazendo justiça ao resultado nos noventa minutos. Fomos a equipa que mais procurou ganhar o desafio».
[Cinco minutos épicos] «Tenho de ser equilibrado para poder fazer uma análise mais fria. Da mesma forma que não gostei da primeira parte, e fiz saber isso aos jogadores, gostei da segunda pela entrega que tiveram. Não foram sempre equilibrados, mas também tive de ter coragem de correr riscos para passar para a frente num jogo em que não servia nada mais do que a vitória. Foi esse crer e essa vontade dos jogadores que a mim me deixa satisfeito para juntar à capacidade de organização, para desempenhar as funções que tinham».
[Racic saiu limitado fisicamente?] «Racic sofreu um toque e não estava a 100 por cento para continuar, mas seria um jogador que teríamos de tirar para mudar».
«Fizemos um jogo quase do 8 ao 80, tivemos uma primeira parte de 8 em que fomos medíocres, mas tivemos uma segunda parte de 80, em que mostrámos o que somos, uma equipa muito difícil de bater. Uma palavra para os adeptos, sentimos adormecimento na primeira também porque não estávamos a cativar, mas na segunda parte tivemos os adeptos do nosso lado».
Declarações de Moreno, treinador do Vitória de Guimarães, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a derrota (3-2) frente ao Sp. Braga em jogo dos oitavos-de-final da Taça de Portugal:
«O que me vai na alma? Frustração, desilusão, mas um treinador equilibrado. Os líderes são obrigados a manter o equilíbrio mesmo nestes jogos».
[Explicação para aqueles cinco minutos] «Ainda muito a quente, um conjunto de erros que a este nível se pagam caro. Antes já tínhamos cometido erros ofensivos que tinham resolvido o jogo a nosso favor, o Braga estava com dificuldade a entrar no jogo, a criar oportunidades, e se tivéssemos sido mais eficazes no último terço o jogo teria caído para nós. Sabemos o grupo que temos, a média de idade que temos e o passado dos nossos atletas. Custa. O Braga não foi melhor do que nós, nem pouco mais ou menos. Fizemos um bom jogo, mas cometemos erros que a este nível se pagam caro».
[Perda de Nelson da Luz foi o momento chave?] «Antes desse o Maguinha também apareceu em frente ao Matheus e não fez. Aqui não há erros individuais, é um conjunto de erros partilhados de forma coletiva».
Ficha de jogo
Jogo no Estádio Municipal de Braga.
SC Braga – Vitória SC, 3-2.
Ao intervalo: 0-2.
Marcadores:
0-1, Jota Silva, 16 minutos.
0-2, Anderson Silva, 45+6.
1-2, Abel Ruiz, 80.
2-2, Vitinha, 82.
3-2, Abel Ruiz, 85.
Equipas:
– SC Braga: Matheus, Victor Gómez, Bruno Rodrigues (Tormena, 62), Paulo Oliveira, Sequeira, Al Musrati, André Horta (Banza, 62), Racic (Vitinha, 46), Iuri Medeiros (Castro, 86), Ricardo Horta e Abel Ruiz.
(Suplentes: Tiago Sá, Fabiano, Tormena, Castro, Rodrigo Gomes, Hernâni, Alvaro Djaló, Vitinha e Banza).
Treinador: Artur Jorge.
– Vitória SC: Celton Biai, André Amaro (Mikey Johnston, 85), Ibrahima Bamba, Mikel Villanueva, Miguel Maga, Tiago Silva (Janvier, 43), Dani Silva, Hélder Sá, Jota Silva (Nélson da Luz, 70), André Silva e Anderson Silva (Alisson Safira, 70).
(Suplentes: Bruno Varela, Bruno Gaspar, Jorge Fernandes, Afonso Freitas, André André, Janvier, Nélson da Luz, Alisson Safira).
Treinador: Moreno.
Árbitro: Artur Soares Dias (Associação de Futebol do Porto).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Sequeira (23), André Amaro (45+1), André Horta (45+2), Jota Silva (52), Vitinha (62) e Alisson Safira (88).
Assistência: 9.734 espetadores.