Minhotos continuam colados ao Benfica na luta pela liderança do campeonato. Arranque da segunda volta será em Alvalade, uma casa de memórias mistas para a equipa de Artur Jorge.

Um golo de Banza, nos descontos, garantiu hoje ao Sporting de Braga uma difícil vitória no reduto do Paços de Ferreira, por 2-1, na 17.ª jornada da I Liga de futebol, resultado que pressiona o líder Benfica.

s minhotos, que terminam a primeira volta no segundo lugar, adiantaram-se por Vitinha, aos 58 minutos, mas Holsgrove empatou para o Paços, aos 68, numa igualdade desfeita por Banza, num dos últimos lances do encontro.

Com este triunfo, o oitavo em nove encontros disputados como visitante para o campeonato, o Braga consolida o segundo lugar, agora com 40 pontos, a apenas um do líder Benfica, que ainda hoje joga nos Açores diante do Santa Clara.

O Paços, que vai mostrando uma capacidade de reação que ainda não se tinha visto, viu interrompida a sequência positiva nesta segunda ‘vida’ de César Peixoto no comando técnico e mantém o último lugar, em zona de decida, com seis pontos.

Os minhotos foram mais felizes no final e venceram num bom jogo de futebol, em que os pacenses, a espaços, conseguiram diluir as diferenças e equilibrar em oportunidades de golo.

O Braga, como se esperava, chamou a si a iniciativa e dominou os primeiros minutos, mas sem conseguir traduzir essa vantagem em remates ou oportunidades de golo.

O Paços, sem os castigados Antunes e Matchoi e ainda Thomas, por opção (Luís Bastos, Holsgrove e Gaitán jogaram de início), conseguia em posse sair da pressão com relativa facilidade, assegurando bola no meio campo contrário e dando algum equilíbrio ao jogo.

Seriam mesmo os locais a espreitar o golo, aos 14 minutos, numa das melhores jogadas coletivas do encontro, quando Alexandre Guedes, após simulação de Gaitán, recebeu a bola à entrada da área e rematou à meia volta para o desvio de Matheus para o ‘ferro’ da baliza bracarense.

A partir daqui os vice-líderes do campeonato, hoje órfãos por lesão de Ricardo Horta, sobretudo, e Racic, substituídos por André Horta e Hernâni, tomaram conta da bola e foram aos poucos empurrando o adversário para o seu meio-campo, com Hernâni e Iuri a protagonizarem lances de perigo, aos 34 e 40 minutos.

A segunda parte foi mais movimentada e arrancou com o Paços a espreitar o golo, numa jogada em que Guedes, Holsgrove e Luiz Carlos ameaçaram inaugurar o marcador.

A resposta dos minhotos surgiu na cabeça de Paulo Oliveira, numa espécie de antecipação do tento inaugural, aos 58 minutos, com Vitinha a emendar o cruzamento de Abel Ruíz, que desenhou toda a jogada, primeiro na simulação e depois na assistência.

Iuri podia ter resolvido o jogo, a seguir, mas, isolado, num ‘duelo’ com repetição até final, permitiu a defesa a Marafona, que voltaria a brilhar a cabeceamento de Musrati.

Esta prova de vida do Paços foi importante na reação, concretizada no tento do empate anotado por Holsgrove, após combinação com Gaitán, aos 68 minutos.

O Paços cerrou, depois, fileiras na defesa do merecido empate, sem deixar de espreitar o ataque, mas não foi feliz no final, num lance concluído por Banza, e, após o golo bracarense, com a expulsão de Maracás, após protestos.

Artur Jorge, em declarações na sala de imprensa do Estádio Capita do Móvel, após a vitória por 2-1 sobre o Paços de Ferreira, na 17.ª jornada da Liga:

«[Análise ao jogo e festejos após o golo de Banza] A vitória vale por si só de forma justa pelo que foi o jogo. Temos responsabilidade na forma sofrida como ganhámos e tem a ver coma nossa primeira meia hora, em que fomos lentos e previsíveis. Permitimos que o jogo estivesse equilibrado nessa altura. Melhorámos na parte final da primeira e na segunda tivemos uma atitude e comportamento diferente para melhor, tivemos oportunidades isolados para aumentar o marcador. Não o fizemos e, com o empate, o Paços procurou sempre fazer a sua parte e, depois de estar a perder, buscar o empate. Resta-nos a alma, o espírito e raça que a equipa teve para vence o jogo no último momento.

[Saiu emocionado do relvado e festejou efusivamente com os adeptos] Sei que tenho reconhecimento quando ganhar, faz parte da vida de treinador. Quero acreditar que não só eu me sinto satisfeito e orgulhoso pelo que temos feito, mas também os nossos adeptos, aqueles que gostam do Sp. Braga e hoje também foi por eles que vencemos. Empurraram-nos para a parte final em que fomos em busca do segundo golo. Têm de estar satisfeitos. Fazermos a  melhor primeira volta, só os tem de deixar satisfeitos. A ambição desta equipa é apenas e só fazer sempre o melhor a cada dia. Ultrapassado o jogo do Boavista, ganhámos dificilmente, mas ganhámos. A vitória de hoje não vale mais por ter sido conquistada da forma que foi.

 Assume candidatura ao título?] Não tenho de assumir rigorosamente nada. Comprometi-me com os adeptos e o presidente a entrar em todos os jogos para vencer, encarar qualquer adversário para fazer o melhor. Podendo estar a ser cauteloso, estamos predispostos a dar o melhor a cada jogo e ter os resultados que procuramos.

César Peixoto, em declarações na sala de imprensa do Estádio Capita do Móvel, após a derrota por 2-1 diante do Sporting de Braga, na 17.ª jornada da Liga:

«[Derrota é moralizadora?] Fizemos um grande jogo, está aos olhos de toda a gente e não vale a pena puxar muito o que aconteceu. A equipa teve uma atitude fantástica, o Sp. Braga teve muita dificuldade em sair na primeira meia hora, as oportunidades foram repartidas. Na segunda parte, podíamos ter concretizado antes do golo [de Vitinha] e depois [do 1-1] podíamos ter gerido o jogo de forma diferente. O resultado mais justo seria o empate, o ponto assentáva-nos muito bem. A equipa teve qualidade com bola, caráter, muito bem organizada, aqui ou ali o Sp. Braga com mais bola, mas é natural, estão a fazer uma grande campeonato e têm uma grande equipa. Viu-se a forma como festejaram no final. Não tivemos sorte na fase final. Fizeram o golo injustamente na minha maneira de ver.

[Importância do caráter da equipa para o jogo seguinte com o Benfica] Não tenho duvidas, a equipa tem demonstrado muita alma. Contra o Benfica será difícil, está em primeiro lugar, tem feito um campeonato fantástico, não era o que queríamos em termos de calendário, a equipa está frustrada, mas ciente de que o caminho é este.

Uma primeira volta histórica na I Liga

O Sp. Braga procurava melhor o registo pessoal na I Liga. Ainda com 30 jornadas, a época 2009/10, sob o comando de Domingos Paciência, deu o mote para o que viria depois. Em 15 jogos, os minhotos chegaram aos 36 pontos, uma marca que só tinha sido batida por Abel Ferreira.

Ficha de Jogo

Jogo no Estádio Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.

Paços de Ferreira – SC Braga, 1-2.

Ao intervalo: 0-0.

Marcadores:

0-1, Vitinha, 58 minutos.

1-1, Holsgrove, 68.

1-2, Banza, 90+8.

Equipas:

– Paços de Ferreira: Marafona, Juan Delgado, Nuno Lima, Maracás, Luís Bastos, Rui Pires, Luiz Carlos (Jorge Silva, 90+1), Holsgrove, Nico Gaitán (Bastien Toma, 78), Alexandre Guedes (Adrian Butzke, 61) e Uilton (Nigel Thomas, 61).

(Suplentes: Vekic, Jorge Silva, Ferigra, Pedro Ganchas, Bastien Toma, Nigel Thomas, Arthur Sales, Adrian Butzke e Fábio Gomes).

Treinador: César Peixoto.

– SC Braga: Matheus, Victor Gomez, Vítor Tormena, Paulo Oliveira, Sequeira (Cristián Borja, 75), André Horta (André Castro, 76), Al Musrati, Iuri Medeiros (Banza, 75), Abel Ruiz (Pedro Santos, 87), Hernâni (Álvaro Djaló, 59) e Vitinha.

(Suplentes: Tiago Sá, Fabiano, Niakité, Cristián Borja, André Castro, Pedro Santos, Rodrigo Gomes, Álvaro Djaló e Banza).

Treinador: Artur Jorge.

Árbitro: Cláudio Pereira (AF Aveiro).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Sequeira (20), André Horta (38), Luiz Carlos (38), Vitinha (81), Marafona (83) e Pedro Santos (90+11). Cartão vermelho direto para Maracás (90+9).

Assistência: 5.904 espetadores.