Sara Carreira. Três arguidos vão a julgamento por homicídio negligente

Três arguidos – Ivo Lucas, Cristina Branco e Paulo Neves – vão a julgamento por homicídio por negligência. Um quarto arguido será julgado por condução perigosa.

Tribunal de Instrução Criminal de Santarém procedeu, esta segunda-feira, à leitura da decisão instrutória do processo do acidente que vitimou Sara Carreira, filha de Tony Carreira. Segundo avançou a SIC Notícias, Ivo Lucas, Cristina Branco e Paulo Neves vão a julgamento por homicídio por negligência.

Já de acordo com a CNN Portugal, Tiago Pacheco, que embateu no carro onde seguia Sara Carreira e Ivo Lucas após o veículo ter capotado, vai ser julgado por condução perigosa.

Paulo Neves, que conduzia alcoolizado e abaixo do limite de velocidade vai ser julgado pelo crime de homicídio por negligência grosseira.

A decisão instrutória agravou a acusação imputada a Ivo Lucas, então namorado da cantora, que vai também ser julgado pela prática de um crime de homicídio negligente na forma grosseira (passível de pena de prisão até cinco anos).

Para Cristina Branco, mantém-se a acusação da prática de um crime de homicídio por negligência (passível de pena de prisão até três anos) e retirando a contraordenação por não colocação do triângulo sinalizador.

Sublinhe-se que o Ministério Público acusava Paulo Neves – que circulava a cerca de 30 quilómetros/hora (abaixo do mínimo permitido por lei) – da prática de um crime de condução perigosa e três contraordenações ao Código da Estrada (uma leve, uma grave e uma muito grave), Cristina Branco do crime de homicídio negligente e duas contraordenações graves e Ivo Lucas, namorado de Sara Carreira, por homicídio negligente e duas contraordenações (uma leve e uma grave).

Segundo a descrição do acidente, que ocorreu ao final da tarde do dia 5 de dezembro de 2020, já “noite escura” e com períodos de chuva fraca, a viatura de Cristina Branco embateu, cerca das 18h30, no veículo de Paulo Neves, o qual circulava na faixa da direita a entre 28,04 e 32,28 quilómetros/hora, velocidade inferior à mínima permitida por lei (50 Km/h), e depois de ter ingerido bebidas alcoólicas (apresentava uma taxa de alcoolemia de 1,18g/l quatro horas depois do acidente).

A viatura de Cristina Branco embateu, de seguida, na guarda lateral direita, rodando e imobilizando-se na faixa central da A1. Apesar de ter ligado as luzes indicadoras de perigo, a fadista, que abandonou a viatura, é acusada de não ter feito a pré-sinalização de perigo.

O relato do acidente constante da acusação refere que, cerca das 18h49, Ivo Lucas circulava pela faixa central a entre 131,18 e 139,01 Km/h, velocidade superior à máxima permitida por lei (120 Km/h), não tendo conseguido desviar-se do carro da fadista, no qual embateu com o lado esquerdo, seguindo desgovernado para o separador central e capotando por várias vezes até se imobilizar na faixa da esquerda, quase na perpendicular, com parte a ocupar a faixa central.

Pelas 18h51, Tiago Pacheco seguia pela via central a entre 146,35 e 155,08 Km/h, referindo-se na acusação que não reduziu a velocidade, mesmo apercebendo-se que passava pelo local do acidente, não conseguindo desviar-se da viatura de Ivo Lucas (que ocupava parcialmente aquela faixa), onde este ainda se encontrava, bem como Sara Carreira.