Um único golo de Tomas Händel, já na segunda parte, garantiu os três pontos e um lugar europeu ao Vitória de Guimarães, que ficou à condição no quinto lugar. Veja o resumo do jogo.
O Vitória de Guimarães garantiu este domingo o apuramento para a Liga Conferência Europa da próxima época, depois de vencer por 1-0 na visita ao Rio Ave, em jogo da 32.ª jornada da Primeira Liga.
Em Vila do Conde, o médio Tomas Händel, aos 55 minutos, garantiu os três pontos e o lugar europeu para o Vitória de Guimarães, frente a um tranquilo Rio Ave, que segue no 12.º posto, com 39 pontos.
Com este triunfo, o Vitória sobe provisoriamente ao quinto lugar com 50 pontos, mais dois do que o Arouca (sexto), que apenas joga segunda-feira, e mais quatro do que o Desportivo de Chaves (sétimo), mas como os flavienses não se inscreveram nas competições europeias, os vimaranenses garantem já a vaga, pois o Famalicão (oitavo) está a sete pontos, a duas jornadas do fim.
Moreno, treinador do Vitória, em declarações na sala de imprensa do Rio Ave, após o triunfo frente aos vila-condenses que apurou a equipa para as provas europeias a duas jornadas do fim da Liga:
«O jogo não foi muito agradável. Não foi bom de assistir em termos de qualidade. Foi um jogo competitivo e vivo com a questão do vento condicionou as duas equipas. Acho que o Rio Ave está mais adaptado ao vento, mas não foi um bom jogo em termos de qualidade.
Tinha dito aos jogadores que tinham de abordar este jogo como uma final. Tínhamos de ganhar. A qualidade de jogo ajuda a ganhar, mas hoje era importante ganhar só. Os jogadores fizeram um jogo razoável em termos de qualidade de jogo dentro do que era possível.
No início jogámos a favor do vento e tivemos mais oportunidades. O Rio Ave teve também algumas chegadas. Fomos eficazes enquanto o Rio Ave não foi eficaz. Era importante ganharmos e superarmos a meta dos 48 pontos. Garantimos o regresso à Europa e a equipa festejou o que tinha para festejar hoje.
Decidi dar mais um dia de folga à equipa. As vitórias têm de ser festejadas. Só regressamos quarta-feira ao trabalho. E quarta-feira os jogadores vão voltar com foco, rigor e disciplina. Há outro objetivo que queremos conseguir, mas não dependemos só de nós. Vamos defrontar o Gil em casa e queremos estar bem.»
[Sobre o discurso cauteloso ao longo do ano]: «Foi a comunicação que achei que deveria ter perante os atletas que tinha à disposição. Temos atletas com alguma experiência e que deram um suporte incrível, mas a maioria dos novos jogadores vieram de divisões inferiores. Se a comunicaçã fosse mais exigente do que aquilo que eles poderiam dar, poderíamos ficar numa situação complicada.
Nunca fugimos da exigência do Vitória, mas fui um privilegiado pelo grupo que tive à disposição com atletas maduros e jovens com talento incrível. A responsabilidade deste pequeno sucesso deve-se à qualidade humana que há no balneário. Todos contribuíram, mas não há sucesso desportivo sem bons atletas. Quero que este mérito seja dos atletas.»
[Balanço deste ano em termos pessoais]:
«Parece que foi ontem que o presidente me convidou para assumir a equipa. Passou tudo muito rápido. Foi um ano de muita aprendizagem. Tentei ser eu, nunca me deixei condicionar pelo que ouvi de fora. Ouço a opinião de quem trabalha comigo. São pessoas fantásticas, leais e muito competentes. Agradeço-lhes muito o suporte que me deram. Só eu sei o que passámos. Eles levantaram-me sempre.
Cometi erros, mas quem não comete erros quando toma tantas decisões? Cresci muito. Mas ainda não acabou. Tinha muito mais para dizer. Não foi tudo perfeito, cometi erros e sei disso. Quando cometi erros, quem esteve comigo tentou disfarçá-los ao máximo. Sou um privilegiado por ter estes atletas.»
[O João Mendes vai ser jogador do Vitória para o ano?]: «Estar a falar de um possível atleta para o ano, seria injusto para os atletas que estão aqui. Peço desculpa.»
Luís Freire, treinador do Rio Ave, em declarações na sala de imprensa do estádio dos vila-condenses, após a derrota por 1-0 frente ao Vitória, em jogo da 32.ª jornada da Liga:
«Na primeira parte estivemos bastante agressivos na pressão e muito bem com bola. Conseguimos encontrar espaços e o Vitória sentiu dificuldades para contrariar o nosso jogo. A primeira parte foi equilibrada, mas o Rio Ave teve mais princípio, meio e fim e conseguiu chegadas perigosas. Lembro-me do cabeceamento do Ruiz em que podíamos ter feito golo. Quem marcasse primeiro, ficaria mais confortável.
Na segunda parte o jogo estava equilibrado quando surgiu o golo do Vitória numa das raras ocasiões que tiveram. Ficaram mais confortáveis e estiveram por cima nos dez minutos seguintes. Sentimos o soco, mas reagimos nos últimos 20 minutos. Estivemos por cima e conseguimos ter várias situações de bola parada, cruzamentos e remates de fora da área para chegar ao golo. Os quatro minutos de compensação foram curtos para o que foi a segunda parte.
Se disse que um ponto no Marítimo tinha sido muito para o que fizemos, hoje merecíamos outro resultado. O Vitória teve duas oportunidades claras de golo enquanto nós não marcámos em três ou quatro.
Queremos a melhor classificação possível. Estamos perto dos oito primeiros e está tudo em aberto. E queremos ser competitivos. Titularidade do Magrão? Temos de preparar o futuro do Rio Ave. Conseguimos atingir cedo o nosso objetivo e agora queremos ver todos os jogadores, sentir quem está mais ligado no treino e quem tem mais capacidade para fazer um bom jogo. O Magrão esteve muito bem. Podem aparecer mais jovens. Estou a preparar as coisas para que o Rio Ave tenha um plantel com ainda mais experiência na Liga.»
[Esta tarde já teve na ficha de jogo como treinador principal]: «Estou a tirar o curso de nível IV e como subimos de divisão, isso mudou. A subida também foi importante para estar nesta situação.»