“Isto precisa ser algo de proporções épicas. E certamente não vimos uma resposta ao estrangulamento, à brutalidade (e) ao assassinato de vidas negras”, disse a deputada democrata Ayanna Pressley, de Massachusetts, durante uma recente conferência de imprensa convocada pelo ‘Black Lives Matter’.
Faz três anos desde a morte de George Floyd, um homem afro-americano de 46 anos, que foi morto por um agente da policia de Minneapolis, nos EUA, por, alegadamente, ter utilizado uma nota falsa de 20 dólares (cerca de 16 euros) num minimercado. A morte de Floyd provocou protestos em todo o mundo e pediu uma mudança no policiamento norte-americano.
O caso remonta a 25 de maio de 2020, quando o agente Derek Chauvin manteve o joelho nas costas e no pescoço de Floyd durante mais de nove minutos. Floyd acabaria por morrer no mesmo dia e a sua morte deu ímpeto ao movimento ‘Black Lives Matter’, nas ruas de Minneapolis logo no dia seguinte.
Derek Chauvin, o antigo agente da polícia de Minneapolis, foi considerado culpado de todas as acusações (homicídio negligente, simples e agravado), estando pendente a leitura da sentença. Chauvin e três outros antigos agentes foram acusados e detidos na sequência da morte de Floyd. O julgamento dos outros três ex-agentes, acusados de auxílio e de cumplicidade na morte, foi, na altura, adiado.
No entanto, perante uma pandemia pela Covid-19, uma incerteza económica e uma eleição presidencial divisiva nos Estados Unidos, 2020 terminou sem o tipo de grandes reformas policiais que muitos esperavam (e outros temiam). E 2021 e 2022 também não foram anos de muito progresso.
Agora, três anos desde o assassinato de Floyd, os proponentes de ações federais – como a proibição de estrangulamentos, mandados de prisão preventiva e a alteração das chamadas proteções de imunidade qualificada para aplicação da lei – ainda aguardam sinais de mudança.
“Quando as pessoas dizem que há algum tipo de cálculo racial no qual estamos no meio, não vejo nenhuma evidência disso”, disse a deputada democrata Ayanna Pressley, de Massachusetts, durante uma recente conferência de imprensa convocada pelo ‘Black Lives Matter’, citada pela Associated Press.
Os ativistas da justiça racial e os seus defensores em cargos eleitos não diminuíram. Mas a morte de Tire Nichols nas mãos de agentes da polícia de Memphis no início de janeiro recordou novamente o quanto está a demorar para se alcançar uma mudança significativa.
“Isto precisa ser algo de proporções épicas. E certamente não vimos uma resposta ao estrangulamento, à brutalidade (e) ao assassinato de vidas negras”, frisou Pressley.