Uma psicóloga foi alvo de buscas domiciliárias, na freguesia de Gualtar, em Braga, suspeita de ter sido a mandante da agressão cometida contra o ex-marido, por um pugilista profissional de Braga, sendo a vítima um engenheiro civil, da Póvoa de Varzim.

As buscas foram realizadas na manhã desta quarta-feira, pela GNR de Braga, munida dos mandados de uma juíza de instrução criminal de Braga, na sequência de um pedido do Ministério Público, para esclarecer melhor a situação que lhe foi denunciada.

A psicóloga, que é também professora da Universidade do Minho, em Braga, não foi constituída arguida, já que as suspeitas se baseiam nos depoimentos da vítima e de um dos dois suspeitos, segundo o qual ela o contratou para agredir o seu ex-marido.

Nesta fase do processo o Ministério Público não avançou ainda para detenções, mas o caso já era amplamente conhecido, em Braga, tendo sido cometido ao fim da tarde de 7 de setembro de 2022, na freguesia de Gualtar, causando um grande burburinho.

É que o antigo casal é muito conhecido, em Braga, já que a psicóloga é docente universitária e o ex-marido engenheiro civil e praticante de automobilismo.

Segundo a queixa do ex-marido da psicóloga, indiciando-a desde logo como suspeita de mandante das agressões, quando saía de casa da ex-mulher, com a filha menor de ambos, foi socado e pontapeado na cabeça, por dois homens que nunca vira antes.

De acordo com a versão do queixoso, acabava de ir buscar a filha, cuja guarda é repartida alternadamente pelos ex-cônjuges, tendo os dois agressores desferido socos e atirando-o ao chão, pontapeando-o na cabeça e insultando-o, como “pai de merda”.

Enquanto o agrediam, com a vítima no chão, caos socos e pontapés, terão gritado que “és um pai de merda, meu filho da puta”, à porta do apartamento, na Praceta Amândio Ferreira Pinto, perto do Campus de Gualtar da Universidade do Minho, em Braga.

Uma das testemunhas das agressões cometidas na via pública, fotografou a cena violenta, discretamente, com o seu telemóvel, enquanto uma outra anotou a matrícula do carro do pugilista profissional, que já foi interrogado policialmente, mas não detido.

As imagens captadas por câmaras de vigilância de uma pastelaria próxima do edifício onde reside a psicóloga e professora, é visto o pugilista a entrar a sair de um automóvel registado em seu nome, pelo que também este foi alvo de buscas domiciliárias.

O outro suspeito, também residente em Braga, foi apanhado com munições de armas de fogo, durante as buscas domiciliárias, tendo sido aberto um processo criminal autónomo, com base na Lei das Armas, além de igualmente apreendido o seu telemóvel.

A fase seguinte das investigações criminais é o cruzamento dos registos de telefonemas e mensagens escritas e de voz, entre os dois suspeitos das agressões e a indiciada como mandante, para confirmar se tudo se passou como é referido naquela queixa.

A procuradora do Ministério Público quer também apurar porque razão os dois alegados agressores insultaram a vítima como “pai de merda” e qual a motivação para o terem socado e pontapeado na cabeça, se nada tinham, nenhum deles, contra a vítima.