O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, afirmou hoje estar em contacto com as autoridades britânicas sobre se o homem detido como suspeito por ter matado três pessoas em Nottingham esta semana tem nacionalidade portuguesa.
“Descobrimos recentemente, esta manhã, que aparentemente o suspeito tem nacionalidade portuguesa. Estamos a investigar o assunto, mas estaremos em estreito contacto com as autoridades britânicas a este respeito”, afirmou aos jornalistas após um encontro com o homólogo britânico, James Cleverly.
Cravinho acrescentou que “é um acontecimento horrível” e aproveitou a “ocasião para apresentar as nossas mais profundas condolências” às vítimas.
A imprensa britânica identificou hoje, citando várias fontes, que o homem de 31 anos detido como suspeito por ter matado três pessoas em Nottingham esta semana tem nacionalidade portuguesa.
Embora as autoridades ainda não tenham identificado o suspeito, a imprensa britânica adianta que o suspeito homicida será um antigo estudante da Universidade de Nottingham.
O chefe da diplomacia britânica, James Cleverly, evitou especular, vincando que a investigação policial ainda está em curso, mas sublinhou a cooperação entre os dois países.
“Não tenho dúvidas de que, nesta questão, tal como em tantas outras, a nossa estreita amizade e cooperação com o Governo português será benéfica para ambas as partes”, disse.
De acordo com o Daily Telegraph, os pais, originários da Guiné-Bissau, trabalharam na ilha da Madeira e obtiveram a nacionalidade portuguesa em 2006.
O casal ter-se-á mudado para o Reino Unido com os três filhos em 2007 e adquirido o estatuto de residente enquanto cidadãos da União Europeia.
A Lusa tentou obter a confirmação junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros português e da polícia britânica, mas ainda não obteve resposta.
Os vizinhos na vila de Haverfordwest, no oeste do País de Gales, descrevem uma família educada e trabalhadora, frequentadora de uma igreja evangélica local.
A polícia de Nottingham anunciou na quinta-feira que obteve mais 36 horas para interrogar o suspeito de homicídio de três pessoas e do ferimento de outras três pessoas.
“Uma equipa de detetives dedicados continua a interrogar o suspeito e a construir uma imagem sólida do que aconteceu nessa manhã”, explicou a polícia.
A investigação está a analisar imagens de videovigilância, análises forenses, relatos de testemunhas oculares e a fez buscas em várias propriedades da cidade.
A polícia acredita que o suspeito atacou dois estudantes da Universidade de Nottingham de 19 anos com uma faca e que matou um outro homem de 65 anos antes de roubar a respetiva carrinha.
De seguida, tentou atropelar três pessoas em ocasiões diferentes, continuando um hospitalizado em estado grave.
A polícia deteve o suspeito utilizando um ‘taser’ quando o veículo estava parado.