A seleção portuguesa de futebol de sub-21 está obrigada a superiorizar-se à Bélgica na terça-feira, na terceira e última jornada do Grupo A, mas vai depender sempre da ajuda da anfitriã Geórgia para continuar no Europeu da categoria.
Os atuais vice-campeões somam apenas um ponto em seis possíveis e ocupam o quarto e último lugar da ‘poule’, que está em aberto e é surpreendentemente comandado pelos georgianos, com quatro, sendo que os Países Baixos e os belgas têm dois pontos cada.
Os dois primeiros classificados acedem aos quartos de final do Europeu de sub-21, pelo que a equipa orientada por Rui Jorge, finalista derrotada em 1994, 2015 e 2021, tem de vencer a Bélgica e esperar que a Geórgia pontue em simultâneo face aos neerlandeses.
Portugal sujeita-se, assim, a repetir as ‘quedas’ de 2002, 2006, 2007 e 2017 na fase de grupos, que foi implementada a partir de 2000, podendo também comprometer a luta por uma das três vagas para o torneio de futebol masculino dos Jogos Olímpicos Paris2024.
Um inesperado desaire na estreia com a Geórgia (2-0), única estreante na 24.ª edição do Europeu de ‘esperanças’, seguido do empate com os Países Baixos (1-1), campeões em 2006 e 2007, expõem uma prestação lusa aquém dos seus mais recentes pergaminhos.
Depois de ter acusado parca objetividade atacante perante tanta troca de bola frente aos anfitriões, Portugal refreou riscos e cedeu a iniciativa aos neerlandeses, que afastariam o conjunto de Rui Jorge em caso de êxito, tentando desequilibrar com passes mais longos.
Dois golos sofridos de canto ‘mancharam’ essas duas partidas díspares, entre as quais a equipa das ‘quinas’ mudou três titulares no habitual ‘4-4-2’ losango, ao substituir Afonso Sousa e Vitinha por Samuel Costa e Fábio Silva, respetivamente, ao passo que o defesa central André Amaro foi nomeado para colmatar a ausência de Tomás Araújo, suspenso.
Na terça-feira, às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio Mikheil Meskhi, em Tbilisi, capital da Geórgia, em partida com arbitragem do Willy Delajod, Portugal dispõe de uma derradeira ocasião para cumprir com o seu potencial e manter uma réstia de esperança.
O panorama ficou mais dificultado com o empate tardio consentido pela Bélgica frente à Geórgia (2-2), após ter chegado ao intervalo com dois tentos de vantagem, para deixar a presença do conjunto de Jacky Mathijssen na ronda seguinte à distância de uma vitória.
O guarda-redes Maarten Vandevoordt (Genk), os defesas Koni De Winter (Empoli e Zeno Debast (Anderlecht) ou os médios Eliot Matazo (Mónaco), Maxim De Cuyper (Westerlo) e Mandela Keita (Antuérpia) sobressaem no semifinalista do Europeu de sub-21 em 2007.
As referências ofensivas são os já internacionais ‘AA’ Charles De Ketelaere (AC Milan) e Lois Openda (Lens), quarto melhor marcador da edição 2022/23 do escalão principal do futebol francês, com 21 golos, numa formação capaz de variar entre o ‘4-4-2’ e o ‘4-3-3’.
Portugal nunca ganhou nos seis embates disputados anteriormente neste escalão com a Bélgica, ao contabilizar duas derrotas e quatro igualdades, a última das quais na estreia na edição de 2007 do Europeu (0-0), que sucedeu na cidade neerlandesa de Groningen.
A partida dos lusos com os ‘diabos vermelhos’ vai decorrer à mesma hora do duelo entre Países Baixos e Geórgia, no Estádio Boris Paichadze, o mais conceituado daquela antiga república soviética, que também se situa na capital, mas na margem oposta do rio Kura.