A diáspora portuguesa em França lidera os investimentos portugueses em Portugal.

AFrança é, neste momento, o país número um da nossa diáspora que mais investe em Portugal”, afirmou Cafôfo, que se encontra em Estrasburgo numa visita de trabalho às comunidades portuguesas e lusodescendentes em Estrasburgo.

“Esta minha visita aqui a Estrasburgo tem dois objetivos muito claros. Um primeiro objetivo foi o de inaugurar a delegação da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa. A delegação aqui no Grand Est, em Estrasburgo. São já seis as delegações que esta câmara tem, o que é importante para o nosso país e para os nossos compatriotas e investidores da diáspora, porque formam uma rede já importante, com já quase 450 associados. Estamos a falar de um volume de negócios de 6 milhões de euros”, acrescentou.

O secretário de Estado salientou que o Governo português está a “criar o ambiente para que estes investidores e estes empresários possam também investir em Portugal”, de que destacou o Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), com acompanhamento de projetos, com benefícios, e com a criação do Estatuto de Investidor da Diáspora.

“E queremos ampliar estes investimentos, porque é uma forma de reforçar a ligação destes compatriotas a Portugal. E esta inauguração desta delegação aqui cumpre perfeitamente esses objetivos”, vincou.

“O outro motivo da minha deslocação aqui em Estrasburgo foi o de anunciar no ensino da língua portuguesa no estrangeiro, o projeto-piloto do ensino ‘online’. Este projeto-piloto visa dar resposta a uma crescente procura de aulas de português e de alunos que não conseguem frequentar estas aulas por viverem em áreas com uma elevada dispersão geográfica, que não permite, com essa dispersão, formar turmas”, explicou.

O secretário de Estado recordou que o Governo português já iniciou o projeto de digitalização do ensino em português e agora está na fase de distribuição de ‘tablets’, equipamentos informáticos com plataformas de recursos pedagógicos digitais.

“Mas, a par deste projeto de digitalização, em que todos os alunos do ensino paralelo terão acesso a um ‘tablet’, vamos iniciar aqui em Estrasburgo, mas também em Bordéus, um projeto-piloto de ensino ‘online’, precisamente para colmatar esta necessidade que assistimos de alunos quererem frequentar o ensino em português e não poderem, como disse, pela dispersão geográfica”, salientou.

Este projeto-piloto consiste em aulas que irão decorrer ‘online’ duas vezes por semana, durante 30 semanas com a formação de turmas de 15 alunos, no máximo.

“Estas turmas de 15 alunos terão um professor-tutor que irá acompanhar e irá lecionar estas aulas que irão decorrer em plataforma digital, mas mantendo os mesmos programas do ensino presencial. E, portanto, estes alunos serão acompanhados por um professor. Terão este recurso com esta plataforma de conteúdos digitais e de recursos educativos digitais associados ao ‘tablet’ que receberam”, frisou o governante.

“E poderão nestes cursos ter também a respetiva certificação. Portanto, não há aqui qualquer diferença entre o ensino presencial e o ensino ‘online'”, acrescentou.

As aulas poderão ser frequentadas por alunos dos 8 aos 17 anos e as inscrições já estão disponíveis no portal da Coordenação do Ensino do Português em França, além de informação disponível nos consulados de Portugal na área de jurisdição, de Bordéus e de Estrasburgo, com as inscrições abertas até 08 de setembro.

“Isto é uma inovação em que, a par da digitalização do ensino e da forma presencial, temos também a utilização da digitalização do ensino ‘online’, para uma amplificação da nossa rede e de alunos que neste momento não têm possibilidade de se inscrever no ensino presencial, que possam, de uma forma complementar com o ensino ‘online’ o ensino presencial. Não é de forma alguma substituir o ensino presencial pelo ensino ‘online'”, garantiu.

Nesta deslocação a Estrasburgo, Paulo Cafôfo manteve contactos com autoridades locais e encontros com organizações associativas, empresários e demais membros da comunidade portuguesa.

A deslocação enquadra-se no conjunto de iniciativas junto da diáspora, denominado “Portugal no Mundo: Caminhos para a Valorização das Comunidades Portuguesas”, com o objetivo de reforçar laços, aproximando os portugueses residentes no estrangeiro ao nosso país e, simultaneamente, contribuir para uma visão atual da nossa diáspora, de acordo com a nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros.