O novo serviço público de transporte de passageiros na região de Aveiro, concessionado à empresa Busway do grupo israelita Afifi, começa a operar a 01 de agosto com 125 motoristas para 100 autocarros, cinco dos quais elétricos.

Este serviço, que foi hoje apresentado, resulta da primeira concessão em Portugal daquele grupo, de origem numa empresa familiar de Nazaré ligada aos transportes, mas que atualmente está também no turismo, no setor imobiliário e no comércio.

O presidente executivo do grupo israelita, Afif Afifi, manifestou-se “entusiasmado” pela oportunidade que lhe é concedida em Portugal, na região, assegurando o compromisso de prestar “um serviço de alta qualidade”, que vá ao encontro das necessidades de mobilidade e leve as pessoas a utilizar mais o transporte público, com ganhos ambientais.

A Busway vai ocupar o espaço que até agora era explorado nos municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) pelas empresas transportadoras do grupo Transdev, pela Auto Viação da Murtosa, pela Auto Viação do Souto, pela Auto Viação Feirense e pela União de Transportes dos Carvalhos.

O município de Aveiro é o único da comunidade intermunicipal que fica de fora da nova concessão, uma vez que a Câmara de Aveiro está vinculada a um contrato de concessão recente com a Transdev, através da Aveirobus.

A Busway entra na operação de transporte coletivo com uma equipa de 125 motoristas para uma centena de autocarros, cinco dos quais elétricos e mais de metade totalmente novos, como explicou o diretor de operações da empresa, Paulo Leitão.

Em termos de tecnologia é destacado o sistema de contagem de passageiros que permite adaptar as linhas à procura, bem como um sistema de apoio à exploração, acessível pelo público através de uma aplicação de telemóvel, que indica a localização de cada autocarro em tempo real e fornece indicações como o tempo de espera previsto para cada paragem.

“A Afifi ganhou o concurso público com todo o mérito”, afirmou o presidente da CIRA, Ribau Esteves, na apresentação.

Ribau Esteves historiou o “longo caminho” percorrido, desde que a CIRA se assumiu como autoridade regional de transportes, numa reforma que considerou ser “das mais importantes em matéria de descentralização”, no final do último governo de Passos Coelho.

“Foi uma competência que nos foi atirada e não entregue”, disse, considerando que nada estava preparado para a transição, o que obrigou as autarquias e a CIRA a aturado trabalho.

“Foi um dos desafios mais complexos colocados até hoje à Comunidade Intermunicipal”, classificou.

O corolário foi a concessão atribuída por concurso público à Busway, durante cinco anos, por um valor anual superior a 1,2 milhões de euros, que compreende 107 linhas para servir 10 dos 11 municípios da CIRA, num universo de cerca de 400 mil pessoas.