O exército ucraniano reivindicou hoje um avanço de 1,7 quilómetros numa semana em direção a Melitopol, na zona sul da linha da frente dos combates contra o exército russo, no leste do país.
Num encontro com jornalistas, o porta-voz das Forças Armadas ucranianas, coronel Mykola Ourchalovitch, afirmou que o avanço enquadra-se na contraofensiva das tropas ucranianas, que “continuam a levar a cabo operações ofensivas” em direção a Melitopol, uma importante cidade ucraniana sob controlo russo.
“As brigadas de assalto apoiadas por tanques avançaram 1,7 quilómetros” numa semana nesta zona, disse.
Ourchalovitch, representante da Guarda Nacional Ucraniana, acrescentou que em torno de Kherson, também no leste da Ucrânia, “as forças de defesa vão continuar a pressionar o inimigo” através de operações de reconhecimento e de combate para “preparar a área para uma ação ofensiva”.
No leste da Ucrânia, precisou, as unidades da Guarda Nacional estão a preparar-se logisticamente para alargar a ofensiva além de Avdiivka, onde foram recentemente registados combates.
Controlada pela Ucrânia, Avdiivka tem uma população de cerca de 30.000 habitantes e é praticamente vizinha de Donetsk, a capital regional controlada pela Rússia.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de quase 15 milhões de pessoas — internamente e para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Atualmente, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kyiv e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 8.000 civis mortos e cerca de 14.000 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.