A presidente da Federação Académica do Porto (FAP) referiu hoje que os apoios para os jovens, apesar de positivos e bem-vindos, são medidas “avulsas e pontuais”, defendendo uma estratégia para a juventude a médio e longo prazo.
Hoje não temos nem previsibilidade, nem estabilidade”, alertou à Lusa Ana Gabriela Cabilhas, sublinhando que os jovens “pedem ao país uma estratégia para a sua juventude a médio-longo prazo”.
“Considero que estas medidas não são suficientes para evitar a sangria de talento para o exterior. Sem um compromisso nacional para aumentar o rendimento líquido dos jovens diplomados, Portugal continuará a exportar gratuitamente os jovens que forma”, salientou.
A líder da FAP apontou ainda que esperava do primeiro-ministro, António Costa, “medidas efetivas para combater o problema da falta de alojamento estudantil a preços acessíveis”.
Ana Gabriela Cabilhas pediu também medidas “para aumentar significativamente a rede pública das residências dos Serviços de Ação Social, mobilizando recursos além do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Esperamos que este flagelo seja discutido no âmbito do Orçamento do Estado 2024”, vincou.
Uma das medidas anunciadas por António Costa para os jovens foi a devolução do valor das propinas pagas no ensino superior público (licenciatura ou mestrado), à razão de uma por ano enquanto se mantiverem no mercado de trabalho em Portugal.
O primeiro-ministro do governo maioritário socialista anunciou ainda alterações às regras do IRS Jovem: no primeiro ano de trabalho haverá total isenção de IRS, no segundo ano os beneficiários desta medida pagarão 25% do IRS que teriam que pagar, no terceiro e no quarto só pagarão metade e no quinto ano “pagarão 75% do imposto que teriam a pagar”.
A partir de janeiro do próximo ano, os passes de transporte público passarão ainda a ser gratuitos para todas as crianças e jovens até aos 23 anos.