Nos primeiro dias do próximo mês, há “uma mudança de padrão” e previsão de tempestade tropical nos Açores. “Esperemos que não, porque senão poderá ser outro [furacão] Lourenço”, prevê climatologista.
Depois de um fim de verão ameno, o outono começou bem quente em Portugal Continental. Desde domingo, 24 de setembro, que os termómetros de um pouco por todo o país estão a bater nos 30ºC e, em alguns casos, mesmo a ultrapassar esta temperatura.
Apesar de para os próximos dias, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prever que o cenário se mantenha, o climatologista Mário Marques, do Planoclima, explicou, em entrevista à SIC Notícias, na manhã desta quarta-feira, que “esta vaga de calor será passageira” e deverá durar, no máximo, até domingo, 1 de outubro.
“Vamos ter uma vaga passageira de calor, são três dias, e não uma onda de calor”, esclareceu o especialista.
“Os distritos do Interior, Viseu, Castelo Branco, e mesmo partes de Coimbra poderão ultrapassar os 30ºC, 32ºC. Isto é um pouco o El Niño, tal como está a afetar toda a situação no Brasil, com temperaturas extremamente elevadas”, acrescentou.
Contudo, o distrito mais quente, segundo o IPMA, deverá ser Évora, onde, na sexta-feira, as temperaturas deverão chegar aos 36ºC.
A partir de domingo, Mário Marques prevê “uma mudança de padrão, com o anticiclone dos Açores a enfraquecer um pouco mais, a mover-se para Oeste e permitir aí um ar Atlântico que vá propagar-se para junto da Península Ibérica e também trazendo alguma humidade”.
Nos dias 3 e 4 poderá ocorrer trovoada em Portugal Continental e, nos dias 5 e 6, a existência de uma “tempestade tropical” que poderá afetar o Grupo Ocidental (Flores e Corvo) dos Açores.
“Esperemos que não, porque senão poderá ser outro Lourenço”, concluiu.
Recorde-se que o furacão Lourenço provocou milhões de danos nos Açores, em outubro de 2019, principalmente, nas Flores que viu o único porto comercial da ilha ficar totalmente destruído.