Jerónimo de Sousa fez em Guimarães a “defesa da Constituição a partir das aspirações do povo”

Jerónimo de Sousa afirmou em Guimarães que “a defesa da Constituição deve ser feita a partir dos direitos e aspirações concretas do nosso povo”.


O antigo secretário geral do PCP falava no salão nobre da Sociedade Martins Sarmento sobre o tema «Valorizar os trabalhadores e defender Abril, resposta necessária».

Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa classificou a situação actual do país como o resultado de uma “continuada ofensiva contra os direitos dos trabalhadores com um gritante agravamento das injustiças sociais”. Na sua opinião, verifica um “trajecto de retrocesso, onde campearam sucessivos pacotes laborais, os PEC, o Pacto de Agressão, as privatizações e os Orçamentos do Estado restritivos, em nome das chamadas «contas certas»”.

Ainda segundo Jerónimo de Sousa, “esta ofensiva que desvalorizou as carreiras profissionais e as profissões, impôs uma injusta fiscalidade a quem trabalha, procurando enfraquecer as organizações dos trabalhadores e a sua unidade”.

Ilustrando com vários exemplos, Jerónimo de Sousa explicou que as opções que trouxeram Portugal a uma crescente concentração da riqueza nas mãos dos grupos económicos e financeiros e ao empobrecimento de amplas camadas, “mantém-se hoje pela mão do governo do PS que age deliberadamente a favor do grande capital e em convergência concreta em muitas questões com PSD, Chega e IL”.
Qualificando a luta pela valorização dos trabalhadores e pelo aumento dos salários como a batalha prioritária, destacou a Constituição da República Portuguesa como garantia de um acervo de direitos fundamentais que urge defender e fazer cumprir.

Para além de Jerónimo de Sousa, a sessão contou com a intervenção de José Manuel Mendes, escritor, Helena Peixoto, trabalhadora em funções públicas, e José Miguel Braga, encenador e professor. O debate foi moderado por Alexandre Leite, membro da DOR Braga do PCP numa iniciativa que registou intervenções dos presentes, colocando várias questões relacionadas com os problemas da juventude, da luta pelo direito à habitação, os problemas dos trabalhadores das cutelarias de Guimarães, entre outras.